PUBLICIDADE

Rishi Sunak se aproxima do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido

Com desistência de Boris Johnson e poucas horas restantes para que a principal adversária, Penny Mordaunt, consiga apoio mínimo no Parlamento, Sunak está perto de chegar ao governo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

LONDRES ― O ex-secretário das Finanças Rishi Sunak é o favorito para ser designado, talvez ainda nesta segunda-feira, 24, o novo primeiro-ministro do Reino Unido e suceder Liz Truss, após a decisão de Boris Johnson de não apresentar candidatura.

PUBLICIDADE

Johnson, cuja possível candidatura dividia profundamente o Partido Conservador, anunciou no domingo à noite em um comunicado que tinha o apoio de pelo menos 100 deputados, mas que optou por não apresentar seu nome devido ao momento da formação de direita.

“Nos últimos dias cheguei à conclusão de que simplesmente não seria o correto. Não se pode governar com eficácia se não há um partido unido no Parlamento”, explicou Johnson, que deixou o poder no início de setembro, após uma série de escândalos.

Com desistência de Boris Johnson, o ex-secretário do Tesouro Rishi Sunak é o favorito para ocupar o cargo de premiê. Foto: Aberto Pezzali/ AP

Johnson retornou no sábado de um período de férias no Caribe para tentar obter o apoio de pelo menos 100 parlamentares, condição indispensável para entrar na disputa, e declarou que recebeu o respaldo de 102 deputados.

A desistência, que é destaque na imprensa britânica nesta segunda-feira, abre o caminho para a vitória de Rishi Sunak, de 42 anos, que foi derrotado na disputa para suceder Johnson por Liz Truss, efêmera primeira-ministra que renunciou depois de passar apenas 44 dias no poder.

Filho de imigrantes indianos que estudou em escolas de prestígio do país, Sunak é um milionário que atuou no setor bancário. Se confirmar a vitória, ele será a primeira pessoa procedente de uma minoria étnica a governar o país.

Mordaunt não desiste

Durante um intenso fim de semana de negociações, Sunak anunciou no domingo sua candidatura. “Quero ajustar nossa economia, unir nosso partido e trabalhar pelo nosso país”, afirmou no Twitter, ao prometer “integridade, profissionalismo e responsabilidade”.

Publicidade

Sunak é no momento o único candidato com os 100 apoios necessários. A outra candidata, a secretária para Relações com o Parlamento, Penny Mordaunt, está longe de alcançar o número. Ela tem poucas horas para conseguir, até 14h (10h em Brasília), e a missão parece difícil.

Mordaunt anunciou no domingo à noite que permanecia na disputa e declarou que é a pessoa que pode unir o partido.

“Ao tomar esta decisão difícil, (Boris Johnson) colocou o país à frente do partido. E o partido à frente dele mesmo”, tuitou Mordaunt.

“Ele trabalhou para garantir o mandato e a maioria de que dispomos. Devemos utilizá-los corretamente e sei que trabalhará conosco para fazer isso”, acrescentou.

Caso a ministra consiga os apoios necessários e não abandone a disputa, apesar da vantagem do rival, os filiados do Partido Conservador terão que participar em uma votação virtual até sexta-feira para decidir o próximo líder da formação e primeiro-ministro do país.

Em caso contrário, Rishi Sunak pode ser declarado vencedor ainda nesta segunda-feira para ser o quinto primeiro-ministro desde o referendo do Brexit de 2016, que abriu um período de turbulências econômicas e políticas no Reino Unido.

Ortodoxia orçamentária

Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, seduz grande parte do Partido Conservador no momento em que o Reino Unido enfrenta uma forte crise econômica e social, agravada pelas idas e vindas de Liz Truss que desestabilizaram os mercados e provocaram a desvalorização da libra.

Publicidade

Sunak criticou de maneira veemente o plano econômico ultraliberal de Truss.

A oposição trabalhista, que tem grande vantagem nas pesquisas de intenção de voto, pede a convocação de eleições antecipadas.

“Os tories estão a ponto de dar a Rishi Sunak as chaves do país sem que ele tenha falado uma palavra sobre a maneira como governará”, tuitou a vice-líder do Partido Trabalhista, Angela Rayner. “Ninguém votou para isto”, completou./ AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.