Rússia afirma ter matado cinco 'sabotadores' ucranianos perto da fronteira

Relato das autoridades russas aponta que cinco ucranianos foram identificados em um povoado fronteiriço na região de Rostov, e que dois veículos militares foram destruídos; Kiev nega ter enviado 'sabotadores' ao país vizinho

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Por Redação

A Rússia alegou que destruiu dois veículos militares ucranianos que se desviaram para seu território, matando cinco pessoas, em um incidente não confirmado que seria o primeiro confronto direto com as forças ucranianas desde que Moscou mobilizou 190.000 soldados em sua fronteira.

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De acordo com o relato de autoridades russas citado pelo Financial Times, as cinco pessoas teriam sido identificadas no povoado fronteiriço de Mityakinskaya, na região de Rostov. A Ucrânia teria enviado dois veículos de combate de infantaria para "removê-los do campo de batalha", mas forças russas "destruíram os dois veículos de combate ucranianos com armas antitanque". 

"No combate, cinco pessoas que pertenciam a um grupo de sabotadores que violaram a fronteira russa foram mortas", disseram os militares em comunicado reproduzido pela France-Presse. Kiev nega ter enviado sabotadores ao território russo.

Ponto de controle de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, em Novotroitske. Foto: AP Photo/Evgeniy Maloletka

No início do dia, Moscou já havia acusado as forças ucranianas de bombardear um posto de fronteira russo também na região de Rostov, uma acusação negada por Kiev.

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O confronto entree tropas russas e ucranianas ocorre no mesmo dia em que Vladimir Putin terá uma reunião com o Conselho de Segurança da Rússia, em meio a escalada do confronto no Leste Europeu.

Desde a semana passada, autoridades ocidentais - incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden - afirmam que Putin já tomou a decisão de invadir a Ucrânia, e que os russos devem usar operações de sabotagem para ter uma falsa justificativa para a invasão. 

Seria uma operação clássica de “bandeira falsa”, em que o autor de uma agressão se disfarça como seu inimigo para criar a impressão de que ele cometeu o ato, e assim justificar o revide.

Para o Ocidente, a escalada militar no Donbass não passa de uma farsa mal elaborada a fim de arrumar um pretexto para a Rússia agir —dos quase 4 milhões de habitantes da região, a maioria de russos étnicos, cerca de 700 mil têm passaporte dado ao longo dos anos por Moscou. 

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Nas TVs russas, as chamadas falam que “o Kremlin nega invasão, mas vai proteger cidadãos”. Dominadas pelo Kremlin, as emissoras russas também afirmam que o governo de Kiev é quem começou as agrassões, e planeja um ataque em massa para retomar as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. Segundo os EUA e a Otan, os russos começaram a troca de fogo na linha de contato de 430 km entre separatistas e ucranianos. 

Segundo Kiev, foram mais de cem violações de cessar-fogo no domingo. Além disso, o exame de metadados de vídeos gravados pela liderança separatista em Donetsk e Lugansk mostra que eles foram feitos antes de sua divulgação, inclusive uma suposta ação contra "sabotadores poloneses" num gasoduto./ COM AFP

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