Rússia prende suspeito de atentado que matou chefe da defesa nuclear

Cidadão uzbeque de 29 anos assumiu ter sido recrutado por serviços especiais ucranianos para realizar o ataque; caso é investigado como ato terrorista

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

MOSCOU — O serviço de segurança da Rússia informou nesta quarta-feira, 18, que deteve um suspeito pelo assassinato de um general sênior em Moscou. O suspeito foi descrito como um cidadão uzbeque recrutado pelos serviços de inteligência ucraniano nascido em 1995.

PUBLICIDADE

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) não revelou o nome do suspeito. O próprio homem disse ter sido recrutado por serviços especiais ucranianos.

Igor Kirillov, comandante das forças nucleares, químicas e biológicas de defesa da Rússia, foi morto na terça-feira por uma bomba escondida em uma scooter do lado de fora de seu prédio em Moscou, um dia após o serviço de segurança da Ucrânia ter feito acusações criminais contra ele. Outro militar, assistente do tenente-general, também morreu no ataque. O assassinato foi reivindicado ainda na terça-feira em Kiev por uma fonte do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU), que acusou o general de “crimes de guerra”.

De acordo com informações do FSB, o suspeito recebeu a promessa de uma recompensa de US$ 100 mil e permissão para se mudar para um país da União Europeia em troca da morte de Kirillov. A agência declarou que, agindo sob instruções da Ucrânia, o homem viajou para Moscou, onde pegou um dispositivo explosivo caseiro. Ele então colocou o dispositivo em uma scooter elétrica e estacionou na entrada do prédio residencial onde Kirillov morava.

Publicidade

Investigadores trabalham no local onde o tenente-general Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia, foi morto por um dispositivo explosivo plantado perto de um bloco de apartamentos residenciais em Moscou Foto: AP / AP

O suspeito alugou um carro para monitorar o local e instalou uma câmera que transmitiu ao vivo as imagens da cena para seus manipuladores na cidade central ucraniana de Dnipro. Assim que Kirillov foi visto saindo do prédio, o suspeito detonou a bomba. Imagens da cena mostraram janelas quebradas e alvenaria queimada.

Kirillov, de 54 anos, estava sob sanções de vários países, incluindo o Reino Unido e o Canadá, por suas ações na operação militar de Moscou na Ucrânia. Na segunda-feira, o Serviço de Segurança do país abriu uma investigação criminal contra ele, o acusando de direcionar o uso de armas químicas proibidas.

A principal agência investigativa estatal da Rússia disse que está investigando a morte de Kirillov como um caso de terrorismo, e autoridades em Moscou prometeram punir a Ucrânia. /AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.