Rússia ataca linhas de suprimento de armas do Ocidente para Kiev no oeste da Ucrânia

Militares russos disseram ter usado mísseis lançados por mar e ar para destruir instalações de energia elétrica em cinco estações ferroviárias

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Por Redação
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Reclamando que o Ocidente está enchendo a Ucrânia de armas, a Rússia atacou linhas de abastecimento em todo o país, especialmente no oeste, nesta quarta-feira, 4. Os militares russos disseram ter usado mísseis lançados por mar e ar para destruir instalações de energia elétrica em cinco estações ferroviárias na Ucrânia, enquanto artilharia e aeronaves atingiram fortalezas de tropas e depósitos de combustível e munição.

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Sirenes de ataques aéreos soaram em cidades de todo o país e disparos de mísseis foram feitos contra Cherkasy e Dnipro, no centro da Ucrânia, e Zaporizhzhia, no sudeste. Em Dnipro, o prefeito disse que um ataque atingiu o centro da cidade. Não havia relatos sobre vítimas ou danos.

Os ataques contra a infraestrutura ferroviária tinham como objetivo interromper a entrega de armas ocidentais, segundo o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov. O ministro da Defesa Serguei Shoigu disse que o Ocidente está “enchendo a Ucrânia de armas”.

Trabalhadores inspecionam uma subestação de energia danificada por ataques russos em Lviv, em 4 de maio  Foto: Yuriy Dyachyshyn/AFP

Um alto funcionário da defesa dos EUA, falando sob condição de anonimato para discutir a avaliação do Pentágono, disse que, embora os russos tenham tentado atingir a infraestrutura crítica em torno da cidade de Lviv, no oeste, visando especificamente ferrovias, não houve impacto considerável para os esforços da Ucrânia de reabastecer suas forças.

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“Ambos os lados dependem do transporte ferroviário para reabastecimento, e a Rússia parece querer restringir a Ucrânia nessa frente”, disse a fonte do Pentágono. A defesa americana afirma que a Ucrânia é capaz de movimentar armas pelo país. Lviv, perto da fronteira polonesa, tem sido uma importante porta de entrada para os armamentos fornecidos pela Otan.

Nesta quarta-feira, mais de 80 dos 90 obuses que os Estados Unidos prometeram à Ucrânia chegaram ao país. Alguns já foram usados contra a Rússia, segundo o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, acusou a Rússia de recorrer às táticas de terrorismo de mísseis para espalhar o medo pela Ucrânia.

A onda de ataques ocorre enquanto a Rússia se prepara para celebrar o Dia da Vitória em 9 de maio, marcando a derrota da Alemanha nazista pela União Soviética. O mundo acompanha com ateção se o presidente russo, Vladimir Putin, usará a ocasião para declarar uma vitória ou expandir o que ele chama de operação militar especial na Ucrânia.

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Uma declaração de guerra total permitiria a Putin introduzir a lei marcial e mobilizar reservistas para compensar perdas significativas de tropas. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afastou o que chamou de especulação absurda.

Enquanto isso, a Belarus, que a Rússia usou como palco para sua invasão, anunciou o início de exercícios militares nesta quarta-feira. Um alto funcionário ucraniano disse que o país estará pronto para agir se a Belarus se juntar à luta.

A entrada de armas na Ucrânia ajudou suas forças a frustrar o esforço inicial da Rússia para tomar Kiev e parece certo que desempenhará um papel central na crescente batalha por Donbas, a região industrial oriental que Moscou agora diz ser seu principal objetivo.

A Ucrânia instou o Ocidente a aumentar o fornecimento de armas antes desse confronto potencialmente decisivo. O chanceler (chefe de governo) da Alemanha, Olaf Scholz, que a princípio demorou para ajudar a armar a Ucrânia, disse que seu governo está considerando fornecer obuses, além de armas antiaéreas Gepard e outros equipamentos que concordou em enviar.

O governador da região leste de Donetsk, que fica no Donbas, disse que os ataques russos deixaram 21 mortos na terça-feira, o maior número de mortes conhecidas desde 8 de abril, quando um ataque com mísseis contra a estação ferroviária de Kramatorsk matou pelo menos 59./AP e W.POST

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