ONU condena ataques a usina nuclear de Zaporizhzhia; Rússia e Ucrânia trocam acusações

Pelo menos três ataques diretos contra estruturas da maior central da nuclear da Europa foram confirmados pela ONU

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Por Redação

O chefe da agência de vigilância atômica da ONU condenou no domingo, 7, um ataque de drone a um dos seis reatores nucleares na Usina Nuclear de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, na Ucrânia, dizendo que tais ataques “aumentam significativamente o risco de um grande acidente nuclear.”

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Em comunicado na rede social X, Rafael Mariano Grossi confirmou que ocorreram pelo menos três ataques diretos contra as principais estruturas de contenção do reator do ZNPP. “Isso não pode acontecer”, disse.

A Rússia culpou a Ucrânia pelo ataque, mas a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) não atribuiu a culpa. O governo da Ucrânia negou nesta segunda-feira, 8, as acusações da Rússia. O centro de combate à desinformação do governo ucraniano afirmou no Telegram que foi a Rússia que atacou a central “com os seus drones, alegando que a ameaça à central e à segurança nuclear era procedente da Ucrânia”.

A central nuclear, a maior da Europa, está sob controle do Exército russo desde o início da invasão da Ucrânia, há dois anos, e os incidentes frequentes na instalação nuclear provocam os temores de um acidente grave. De acordo com Grossi, da ONU, esse foi o primeiro ataque desse tipo desde novembro de 2022, quando cinco princípios básicos foram estabelecidos para evitar um acidente nuclear grave com consequências radiológicas.

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Segundo autoridades da usina, não houve danos críticos ou vítimas e os níveis de radiação na usina estavam normais após os ataques. Mais tarde no domingo, porém, a agência nuclear estatal russa Rosatom disse que três pessoas ficaram feridas na “série sem precedentes de ataques de drones”, especificamente quando um drone atingiu uma área perto da cantina do local.

Usina Nuclear de Zaporizhzhia fica na Ucrânia, mas está sob controle do Exército russo desde o início da guerra, há dois anos, Foto: REUTERS/Alina Smutko/Arquivo foto

A Agência Internacional de Energia Atómica disse no domingo que os seus especialistas foram informados do ataque do drone e que “tal detonação é consistente com as observações da AIEA”.

Numa declaração separada, a AIEA confirmou o impacto físico dos ataques de drones na central, incluindo num dos seus seis reatores. Uma vítima foi relatada, disse. “Os danos na unidade 6 não comprometeram a segurança nuclear, mas este é um incidente grave com potencial para minar a integridade do sistema de contenção do reator”, acrescentou.

Os seis reatores da usina estão desligados há meses, mas ela ainda precisa de energia e de funcionários ativos para operar sistemas de resfriamento cruciais e outros recursos de segurança.

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Ataques russos

Também no domingo, três pessoas morreram quando uma casa foi atingida por um projétil russo na cidade de Huliaipole, na linha de frente, na região parcialmente ocupada de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, disse o governador regional Ivan Fedorov. Mais tarde no domingo, duas pessoas ficaram feridas em outro bombardeio em Huliaipole.

Separadamente, três pessoas ficaram feridas em bombardeios russos na região nordeste de Kharkiv, na Ucrânia, de acordo com o governador regional Oleh Syniehubov.

Na Rússia, uma menina morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas quando os destroços de um drone ucraniano abatido caíram sobre um carro que transportava uma família de seis pessoas na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov./Associated Press.

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