Rússia captura vilas na Ucrânia, que recua à espera de ajuda dos Estados Unidos

Enquanto armas americanas não chegam ao campo de batalha, tropas russas pressionam linha de defesa ucraniana e consolidam avanços no leste

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Por Redação
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KIEV - A Rússia consolida avanços com a captura de vilarejos nos arredores de Avdiivka, levando a Ucrânia a recuar de duas posições táticas para preservar os seus soldados à espera pela ajuda dos Estados Unidos. A ofensiva expõe as dificuldades de Kiev e, segundo analistas, é parte da estratégia de Moscou, que aproveita enquanto as prometidas armas americanas não chegam ao campo de batalha.

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“A situação no front piorou”, disse o general Oleksandr Sirski, principal comandante da Ucrânia, em comunicado no fim de semana, depois que a Rússia capturou ou avançou em meia dúzia de vilas.

Ele acrescentou que a Rússia enviou até quatro brigadas para a região, com o objetivo de avançar em direção aos centros militares ucranianos, como a cidade de Pokrovsk. “Na tentativa de tomar a iniciativa estratégica e romper a linha de frente, o inimigo concentrou seus principais esforços em várias áreas, criando uma vantagem significativa em termos de forças e meios”, disse.

Com a captura de Avdiivka pela Rússia, em fevereiro, as forças ucranianas formaram uma linha defensiva de cinco quilômetros em pequenos vilarejos a oeste. Agora, com a linha invadida, a Ucrânia decidiu retirar as tropas Berdichi e Semenivka, confirmou o general.

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Militares passam por escombros para retirar civis de Ocheretine, nos arredores de Avdiivka, 15 de abril de 2024. Foto: Anatolii Stepanov/AFP

Serhii Kuzan, presidente do Centro de Segurança e Cooperação da Ucrânia, instituto independente de pesquisas, avalia que o comando ucraniano teve que fazer a escolha entre uma situação ruim ou outra ainda pior. E decidiu perder territórios no lugar de soldados.

A Rússia capturou dois vilarejos além de conseguir explorar uma brecha, romper o norte da linha defensiva e avançar rapidamente em direção a Ocheretine, tornando a situação da Ucrânia ainda mais delicada.

O vilarejo abre duas possibilidades para Moscou: continuar em direção a Pokrovsk, distante 24 quilômetros, ou mirar em Chasiv Iar, cuja captura colocaria na linha de tiro um dos principais pontos de abastecimento para as tropas ucranianas. “As forças russas no momento tem oportunidades de alcançar ganhos operacionalmente significativos perto de Chasiv Iar”, afirma o relatório mais recente do Instituto para Estudos da Guerra, think tank com sede em Washington.

Para Serhii Kuzan, os avanços russos devem continuar a depender do volume e da rapidez na entrega da ajuda do Ocidente.

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Após meses de impasse, o Congresso dos EUA aprovou na semana passada o pacote de US$ 60 bilhões para Ucrânia e o presidente Joe Biden prometeu mandar de imediato a primeira parte de US$ 1 bilhão incluindo mísseis terra-ar Stinger, munições para defesa aérea e projéteis de artilharia, que estão em escassez. Para cada projétil que a Ucrânia dispara, a Rússia lança dez, segundo o presidente Volodmir Zelenski.

Ainda não está claro, entretanto, se a ajuda chegará no campo de batalha com a necessidade que os ucranianos precisam para deter os avanços da Rússia, que poderia lançar uma ofensiva nas próximas semanas. “Ainda estamos esperando pelos suprimentos prometidos para Ucrânia”, disse Zelenski no fim de semana./NY Times

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