Rússia diz que mercenários de Israel estão lutando ao lado do Batalhão de Azov na Ucrânia

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo vinculou combatentes de origem judaica ao regimento ucraniano durante uma entrevista de rádio, agravando a crise diplomática entre os países

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Por Redação

MOSCOU - Mercenários israelenses estão lutando na Ucrânia ao lado de combatentes do Batalhão Azov, que Moscou classifica como uma organização nazista, afirmou nesta quarta-feira, 4, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo.

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A declaração representa mais um degrau na recente escalada retórica entre Rússia e Israel sobre a guerra na Ucrânia, iniciada após o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmar em uma entrevista no último domingo, 1°, que Adolf Hitler teria “sangue judeu”. A declaração rendeu reações furiosas de autoridades israelenses, que cobraram um pedido formal de desculpas na segunda-feira, 2. Em vez disso, no entanto, Moscou aprofundou a crise, afirmando que Israel apoia o “regime neonazista de Kiev”.

“Vou dizer algo que os políticos israelenses não querem sem dúvidas escutar, mas que talvez interesse. Na Ucrânia, mercenários israelenses estão juntos dos combatentes do Batalhão Azov”, disse Maria Zajarova, porta-voz da diplomacia russa, em uma entrevista na rádio Sputnik.

Soldados do Batalhão Azov inspecionam destroços de um comboio russo em Bucha Foto: Daniel Berehulak

Fundado em 2014 por militares de extrema direita e posteriormente integrado às forças armadas ucranianas, o Batalhão Azov é um dos adversários mais combativos às forças russas que invadiram o país. Seus membros e outros combatentes ucranianos se negam a depor as armas em Mariupol, onde resistem os últimos defensores da cidade portuária.

Ao mesmo tempo, o regimento é a mais controvertida entre todas as forças que combatem a invasão militar russa. É uma das mais competentes unidades militares da Ucrânia e tem combatido as forças russas em localidades cruciais. Mas a ideologia nacionalista de extrema direita do batalhão levanta preocupações sobre a possibilidade de o grupo estar atraindo extremistas, incluindo supremacistas brancos neonazistas, que poderiam representar uma ameaça no futuro.

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Quando Putin classificou seu ataque contra a Ucrânia como uma jornada para “desnazificar” o país, buscando deslegitimar o governo e o nacionalismo ucraniano qualificando-os como fascistas, ele se referiu em parte às forças Azov.

Ainda que o batalhão defenda atualmente um presidente judeu, cujos parentes foram mortos combatendo nazistas, seus integrantes continuam a ser usados como alvos fáceis da propaganda russa, enquanto Putin busca convencer os russos que sua custosa invasão à Ucrânia foi uma manobra necessária./AFP e WPOST

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