A Rússia disse neste sábado, 20, que as novas sanções impostas pelos Estados Unidos são inúteis e que pode esperar o quanto for necessário até que Washington reconheça seu direito histórico sobre a península da Crimeia. Após várias rodadas de aplicação de sanções, o presidente Barack Obama aprovou, na sexta-feira, 19, novas restrições à Crimeia, que a Rússia anexou em março após um referendo convocado à pressas. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia expressou neste sábado seu pesar com o fato de "os Estados Unidos e o Canadá ainda não terem se recuperado dos resultados da votação livre na Crimeia em março". A comunidade internacional considera o referendo ilegal. Na sexta-feira, o Canadá anunciou a proibição da entrada no país de dezenas de pessoas, assim como a restrição para a exportação de tecnologia usada na indústria petrolífera russa.
Em breve comunicado, Moscou afirma que as novas sanções não pressionarão a Russa a desistir da Crimeia, tendo em vista que a península é "parte histórica e integral da Rússia". Moscou disse também que estudas medidas, não especificadas, de retaliação. O Ministério fez referência a Cuba e às décadas até a retomada de relações com os Estados Unidos. "A Casa Branca levou meio século para admitir que bloquear Cuba com sanções foi inútil. Bem, também podemos esperar", diz o comunicado.
A ordem emitida por Obama proíbe empresas e indivíduos norte-americanos de exportar ou importar bens, serviços e tecnologia da Crimeia. Da mesma forma, indivíduos e empresas dos Estados Unidos não podem comprar imóveis ou empresas na Crimeia ou financiar empresas no local. Também ficam congelados quaisquer ativos nos Estados Unidos de indivíduos que operam na Crimeia, segundo lista do Departamento do Tesouro.
A regra estabelecida por Obama segue-se à proibição de investimentos da Crimeia adotada pela União Europeia, e outras restrições econômicas, dentre elas medidas para manter os turistas longe da região. As novas medidas sobre investimentos, serviços e comércio anunciadas na quinta-feira, 18, intensificam a resposta prévia da UE sobre a anexação russa da península. Empresas europeias e com sede no continente estão proibidas de comprar imóveis ou empresas na Crimeia, de financiar empresas do local e fornecer serviços a partir deste sábado, 20.
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