Autoridades russas e ucranianas avaliaram de forma otimista o progresso da última rodada de conversas sobre a guerra na Ucrânia, sugerindo que pode haver resultados positivos nos próximos dias. As negociações serão retomadas nesta segunda-feira, 14, em formato de videoconferência, segundo informações do Kremlin.
No entanto, apesar da avaliação positiva das negociações, o conflito continua, inclusive se aproximando dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Na manhã do domingo, 13, a Rússia atacou uma base militar a 25km da Polônia.
Ainda assim, segundo a vice-secretária de Estado dos Estados Unidos, Wendy Sherman, a Rússia começa a mostrar sinais de disposição para se envolver em negociações substanciais sobre o fim do conflito, no qual milhares já morreram e do qual 2,5 milhões de pessoas fugiram.
A Ucrânia afirma estar disposta a negociar, mas não a se render ou aceitar qualquer ultimato do país de Vladimir Putin.
“A princípio, não vamos ceder em nenhuma posição. A Rússia agora entende isso e já está começando a falar de forma construtiva”, disse, em um vídeo postado nas redes sociais, o negociador ucraniano e conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak.
“Acho que alcançaremos alguns resultados em questão de dias”, acrescentou.
A agência de notícias RIA citou um delegado russo, Leonid Slutsky, que afirmou que as negociações fizeram progressos substanciais. “De acordo com minhas expectativas pessoais, essas conversas podem progredir nos próximos dias para uma posição conjunta de ambas as delegações”, disse Slutsky.
Até o momento, nenhum dos lados indicou qual poderia ser o escopo de qualquer acordo.
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Em um tweet, Podolyak disse que a Rússia estava ouvindo atentamente as propostas da Ucrânia. “Nossas demandas são o fim da guerra e a retirada das tropas russas”, disse, acrescentando que há entendimento do país de Putin nesse quesito.
Na segunda-feira passada, o porta-voz do Kremlin disse que a Rússia está pronta para interromper as operações militares, desde que Kiev cumpra uma lista de condições. Entre as exigências, Moscou quer que a Ucrânia reconheça a Crimeia como território russo e as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como estados independentes.
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse à ABC na semana passada que existe a possibilidade de “discutir e encontrar um compromisso sobre como esses territórios serão vistos daqui em diante”.
Para Zelenski, qualquer solução deve começar com um cessar-fogo. “Isso permitirá desbloquear processos humanitários, evacuar pessoas, bem como entregar alimentos e água”, disse.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que houve algumas “mudanças positivas” nas negociações, mas não deu mais detalhes. No sábado, o Kremlin disse que as discussões entre autoridades russas e ucranianas continuam “em formato de vídeo”.
As conversas entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Ucrânia não produziram, até o momento, nenhum progresso concreto em direção a um cessar-fogo, mas, segundo analistas, o fato de os dois países estarem se encontrando abre uma janela para o fim da guerra. /REUTERS E EFE - TRADUÇÃO DE DAVI MEDEIROS
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