Rússia expande política de armas nucleares para incluir o uso contra países não-nucleares

Nova política russa afirma que qualquer ataque de país que seja apoiado por uma potência nuclear seja considerado ataque conjunto; mudança permite que Moscou utilize armas nucleares em resposta

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Por Redação
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O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira, 25, que a Rússia expandiu a política nuclear para incluir que qualquer ataque de um país que seja apoiado por uma potência nuclear seja considerado ataque conjunto. Na prática, isso permite que a Rússia utilize as armas nucleares em resposta, mesmo que o agressor não seja nuclearmente armado.

As declarações do chefe de Estado russo aconteceram durante a reunião do Conselho de Segurança da Rússia. “A versão atualizada do documento (de política nuclear) propõe que a agressão contra a Rússia por qualquer estado não nuclearmente armado, mas com a participação ou apoio de um estado nuclearmente armado, deve ser considerada como um ataque conjunto à Federação Russa”, disse Putin.

Imagem mostra presidente Vladimir Putin durante reunião do Conselho de Segurança russo, nesta quarta-feira, 25. Putin anunciou mudanças na política nuclear do país no encontro Foto: Aleksei Nikolsky/AP

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A mudança na política foi feita após uma revisão liderada por membros do Ministério da Defesa da Rússia e outras agências governamentais durante um ano, acrescentou o presidente. A política anterior, estabelecida por Putin em 2020, afirmava que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear ou de proporções que ameaçassem o Estado russo.

Putin afirmou ainda que as condições para a Rússia lançar armas nucleares seriam “informações confiáveis” da inteligência russa sobre “lançamentos massivos de ataque aeroespacial e a travessia na fronteira russa”, o que inclui caças, mísseis de cruzeiro, drones e equipamentos militares semelhantes, segundo a agência russa de notícias Ria Novosti. Ataques como esse significariam uma ameaça ao Estado russo, de acordo com a nova política.

A revisão vai ampliar a categoria de países e alianças militares contra as quais é realizada a dissuasão nuclear russa. “Nós nos reservamos o direito de usar armas nucleares em caso de agressão contra a Rússia e Belarus, como membro do Estado da União”, declarou Putin.

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“Sempre adotamos uma abordagem altamente responsável a essas questões, estando bem conscientes do poder colossal que estas armas possuem, e nos esforçamos para fortalecer o quadro jurídico internacional para a estabilidade global e prevenir a proliferação de armas nucleares e seus componentes”, continuou.

A mudança acontece após uma série de ameaças russas de usar armas nucleares se os Estados Unidos e outros aliados da Otan suspendam as restrições de armas a Ucrânia, que hoje não tem permissão para usar os mísseis de longo alcance fornecido por aliados contra alvos dentro da Rússia. O presidente ucraniano Volodmir Zelenski tem pedido o fim das restrições a Otan repetidamente. /Com W.P.

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