Rússia instala baterias antiaéreas no centro de Moscou em exercícios de defesa aérea

Após ataques de drones dentro do território russo, mais de 150 militares participaram do treinamento, visando proteger importantes infraestruturas do país

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Por Redação

A Rússia realizou neste sábado, 21, exercícios de defesa aérea na região de Moscou para proteger suas infraestruturas críticas em caso de “ataques aéreos” num contexto de conflito com a Ucrânia.

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Na sexta-feira, as autoridades já haviam anunciam o aumento dos sistemas de defesa antiaérea na capital, após uma série de ataques de drones dentro do território do país em dezembro.

“Exercícios foram organizados na região de Moscou com o pessoal da brigada de mísseis antiaéreos do Distrito Militar Ocidental, para repelir ataques aéreos contra importantes infraestruturas militares, industriais e administrativas”, disse o Ministério da Defesa em comunicado.

Bateria antiaérea Pantsir-S1 usada para proteger o estádio de São Petersburgo na Copa de 2018  Foto: Anton Vaganov/REUTERS

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Soldados russos que participaram dos exercícios foram treinados para usar “mísseis antiaéreos S-300″, segundo o ministério. No total, participaram “mais de 150 militares” e foram utilizados “mais de 30 exemplares de armas, equipamentos militares e especiais”, acrescentou a fonte.

O ministério não especificou quando os exercícios aconteceram.

Os exercícios e o reforço nos sistemas de defesa ocorrem após diversos ataques com drone terem atingido bases militares em Saratov e Ryazan, cidades a cerca de 500 km da capital, de acordo com oficiais russos que falaram sob condição de anonimato à Bloomberg. Segundo as fontes, as novas instalações vão complementar os sistemas antimíssil que já existem nos arredores de Moscou.

A Rússia culpou a Ucrânia pelos ataques às bases, mas Kiev não reivindicou oficialmente a responsabilidade. Posteriormente, as autoridades russas também começaram a verificar o estado dos abrigos antibombas espalhados ao redor toda a Rússia, após mais de três décadas de negligência desde o final da Guerra Fria.

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O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, se recusou a responder a uma pergunta na sexta-feira sobre se a Rússia temia ser alvo de uma investida ucraniana.

Desde sexta circulam pelas redes sociais imagens de baterias de curto alcance Pantsir-S1 em cima de prédios e perto de importantes pontos. Um deles está no topo do prédio do Ministério da Defesa, que fica 3,5 km do Kremlin.

Um vídeo no Twitter mostra outro Pantsir sendo içado para o topo de um prédio do Ministério da Educação. Outro sistema foi instalado a cerca de 10 km da residência oficial de Putin, em Novo-Ogariovo.

Os Pantsir-S1 são sistemas de curto alcance e baixa altitude, a última das três camadas do sistema de defesa antiaérea russo: na longa distância estão o S-300, o S-400 e o novo S-500, enquanto na intermediária são empregadas baterias como a Tor-M1 e a Buk, entre outros modelos.

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Moscou já era protegida por sistemas de longa distância, segundo analistas militares, mas a introdução dessas baterias, que protegeram estádios na Copa-2018, sugere a preocupação com drones, menores e de mais difícil interceptação.

Ofensiva na região de Zaporizhzhia

O exército russo disse retomou cidades na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, neste sábado, 21. A região tem sido palco de intensos combates nas últimas semanas.

Seu governador, Oleksandr Starukh, disse que as forças russas lançaram mais de 160 bombardeios durante a noite.Em um post no Telegram, ele disse que 21 vilas e cidades foram atacadas. Uma mulher morreu e outras duas pessoas ficaram feridas.

Soldados ucrânianos disparam artilharia contra tropas russas em Zaporizhzhia em dezembro; russos começaram nova ofensiva na região  Foto: David Guttenfelder/The New York Times

Na sexta, a Rússia confirmou que suas forças assumiram o controle de duas cidades na Ucrânia, uma delas perto de Bakhmut, no leste, onde os combates estão concentrados no momento. O Ministério da Defesa informou que forças separatistas pró-Rússia, com o apoio de artilharia e aéreo, ocuparam Klishchiivka, na região de Donetsk.

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Zaporizhia e Donetsk são duas das quatro regiões ucranianas que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou em setembro como anexadas à Rússia. O Kremlin prometeu usar todos os meios disponíveis para expulsar as forças ucranianas dessas áreas./ NYT e AFP

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