As forças russas perderam o controle total da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, segundo a avaliação de autoridades dos Estados Unidos nesta sexta-feira, 25. Enquanto isso, a Ucrânia aumentou as operações de ataque contra os invasores ao longo desta semana.
A cidade portuária de Kherson, no Mar Negro, tinha uma população de cerca de 280 mil pessoas antes da guerra e abriga instalações de construção naval. Ela foi ocupada pela primeira vez pelas forças russas no dia 3 de março, cerca de uma semana depois da invasão (24 de fevereiro), e se tornou uma das poucas cidades ucranianas de médio porte tomadas pela Rússia.
Kherson é considerada uma cidade estratégia importante porque o seu controle possibilita aos russos ter mais forças para tentar controlar os portos de Odessa e Mariupol.
No dia 16, duas semanas depois de tomada pelos russos, a Ucrânia lançou uma ofensiva nas tropas invasoras que estavam na cidade. O objetivo inicial foi causar baixas nas tropas, em vez de reconquistar o território. Não há nenhuma confirmação de que o país conseguiu retomar a cidade, até o momento.
“Não parece estar tão solidamente sob controle russo como era antes”, disse um alto funcionário da defesa dos EUA, falando sob condição de anonimato sob as regras básicas estabelecidas pelo Pentágono. “Os ucranianos estão tentando retomar Kherson, e argumentamos que Kherson é, na verdade, território contestado novamente.”
As forças ucranianas também impediram os avanços russos em outras partes da Ucrânia. O Pentágono disse nesta sexta-feira que a Ucrânia fez progressos “incrementais” contra a Rússia fora da cidade de Chernihiv, no norte, e outras ofensivas estavam em andamento nos subúrbios ocidentais de Kiev, a capital.
Enquanto o objetivo inicial da Rússia após a invasão parecia ser tomar Kiev, o Kremlin agora prioriza a região de Donbas, no leste da Ucrânia. É “difícil dizer” se isso é uma mudança completa na estratégia, disse o alto funcionário da defesa. Ele acrescentou que as tropas russas, paralisadas fora de Kiev por semanas, começaram a estabelecer posições defensivas em vez de priorizar um avanço. /WASHINGTON POST
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