Rússia reconstrói defesas e contraofensiva da Ucrânia no leste perde força

Estamos avançando pouco a pouco, passo a passo, afirmou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar

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Por Redação
Atualização:

A contraofensiva ucraniana contra posições russas no leste e no sul do país perdeu força na primeira semana do ano, conforme as tropas de Volodmir Zelenski encontram soldados russos mais bem treinados e dificuldades no terreno, provocadas pelo inverno e pelo controle da margem oriental de boa parte do Rio Dnieper, ainda nas mãos do Kremlin.

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Após ataques ucranianos bem-sucedidos, a Rússia respondeu nesta segunda-feira, 9, com ofensivas na cidade de Soledar, no leste da Ucrânia. Segundo autoridades de Kiev, os soldados russos lançaram ataques para tentar tomar a cidade e enfrentaram resistência ucraniana. Logo depois, novos ataques foram relatados, desta vez com o apoio do grupo paramilitar Wagner.

Soledar fica próxima a cidade de Bakhmut, onde as tropas de ambos países se enfrentam em fronts violentos e com perdas de ambos lados. Zelenski descreveu a situação na cidade como “muito difícil” devido aos “novos e ainda mais violentos ataques”.

Destroços de escola atacada pelos russos em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Evgeniy Maloletka / AP

De setembro a dezembro, os ucranianos conseguiram retomar partes importantes da província de Kharkiv, como a cidade de Izium, e de Kherson, no sul, onde expulsaram as tropas russas da cidade. Dez meses após o início da guerra, o ritmo dos combates diminuiu consideravelmente para ambos os lados.

“Estamos avançando pouco a pouco, passo a passo”, afirmou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, em um post publicado no domingo no aplicativo de mensagens Telegram.

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Ainda que ela se referisse apenas aos combates na região conhecida como Donbas, no leste ucraniano, sua avaliação poderia ser aplicada ao conflito como um todo.

À medida que o marco de um ano se aproxima, pouco território troca de mãos. As chuvas do outono transformaram o terreno em lama, o que dificulta a movimentação dos veículos de combate. Mas ambos os lados sinalizaram intenções de realizar novas ofensivas, principalmente a Ucrânia, que busca recapturar todo o território que a Rússia tomou desde 2014.

Avanços lentos

Especialistas militares afirmam que vários fatores explicam o ritmo mais lento e os avanços aparentemente menores. Entre eles está a densidade relativa de forças russas no Donbas; a barreira natural do Rio Dnipro, no sul do país, que tem impedido o avanço ucraniano; a necessidade da Ucrânia de conservar e reconstituir suas forças depois de uma série de batalhas; e o clima de inverno, que tem apresentado dificuldades para ambos os lados.

“A sensação chegando no inverno era que o Exército russo era o mais vulnerável e que a tarefa o Exército ucraniano era pressionar os russos, para evitar a reconstituição de suas forças, manter a iniciativa ao longo do inverno e da primavera e então conduzir uma ofensiva no momento que escolhesse”, afirmou Michael Kofman, diretor de estudos sobre Rússia do instituto de pesquisas CNA, em Arlington, Virgínia. “Não foi assim que sucedeu a coisa.”

Kofman afirmou que as forças russas impuseram sobre a Ucrânia uma “luta difícil e arrastada” em torno de duas cidades no Donbas: Bakhmut, na região de Donetsk, e Kreminna, na região de Luhansk. O governador regional de Luhansk, Serhii Haidai, disse à TV ucraniana no domingo que o clima está apresentando desafios para ambos os lados, com equipamentos pesados ficando atolados.

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“Em um ou dois dias, tudo vai congelar seriamente, e será impossível dirigir normalmente sem se preocupar com o fato de que um tanque ou outro equipamento pode atolar”, afirmou ele. Espero que a vantagem fique do nosso lado.”

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As forças russas ainda estão infligindo grande castigo sobre os ucranianos, lançando baterias de mísseis e explodindo drones destinados a prejudicar a infraestrutura de fornecimento de eletricidade na Ucrânia. Ainda que o presidente Vladimir Putin tenha ordenado um breve cessar-fogo ao longo do fim de semana, em respeito ao Natal ortodoxo, pouco mudou na escala dos combates. A Ucrânia também teve ganhos significativos, incluindo um ataque contra casernas russas em Donetsk durante o feriado de ano novo, que, conforme reconheceu Moscou, matou pelo menos 89 soldados russos; mas a Ucrânia afirma que centenas foram mortos.

Autoridades ucranianas alertaram que a Rússia pode escalar acentuadamente a guerra em uma ofensiva de inverno. E os novos veículos blindados que os aliados ocidentais ofereceram para a Ucrânia na semana passada sinalizam que os ucranianos estão se equipando para um ano de combates sangrentos, conforme suas forças buscam desalojar russos entrincheirados.

No domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, reconheceu que “a situação na linha de frente não mudou significativamente na primeira semana do ano”. Em seu discurso noturno, ele ressaltou a necessidade de “resiliência”. /NYT, AFP

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