A polícia da Rússia prendeu pelo menos 45 pessoas durante atos em homenagem ao falecido opositor Alexei Navalni, cujo funeral aconteceu nesta sexta-feira, 1º, em Moscou. Milhares de russos foram ao velório e ao enterro de Nalvani, que era considerado o opositor mais feroz de Vladimir Putin, apesar das ameaças do Kremlin sobre punições contra manifestações não autorizadas.
“No total, a OVD-Info registrou mais de 45 detenções. A maioria das pessoas — 18 delas — foi detida em Novosibirsk”, disse a organização ONG OVD-Info, que contabilizou seis detenções em Moscou, onde uma multidão se reuniu perto da cerimônia de despedida de Navalni.
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Navalni foi enterrado nesta sexta-feira em um cemitério de Moscou, na presença de milhares de apoiadores. Uma multidão de apoiadores se concentrou perto do cemitério, alguns choravam, carregavam flores e gritavam lemas contra o Kremlin e sua guerra na Ucrânia como: “Não à guerra” ou “Não te esqueceremos”.
A equipe de Navalni havia apelado aos moscovitas para que fossem à igreja e se despedissem do opositor, e aos seus apoiadores em outras cidades e no exterior para se reunirem em frente aos memoriais para homenagear o seu nome.
O Kremlin, por sua vez, alertou que seriam punidos todos aqueles que participassem de manifestações não autorizadas durante o funeral. “Queremos lembrar que existe uma lei que deve ser seguida: qualquer reunião não autorizada constituirá uma violação da lei”, disse o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, na sua entrevista coletiva diária.
Os atos podem incomodar o governo, a duas semanas das eleições presidenciais de 15 a 17 de março, que deverão confirmar Putin no poder. Nos dias que se seguiram à morte de Navalni, quase 400 pessoas foram detidas pela polícia em vários atos improvisados organizadas para lhe prestar homenagem.
Navalni tinha de 47 anos quando morreu, em 16 de fevereiro, em circunstâncias ainda obscuras. Seus colaboradores, sua viúva e os países ocidentais responsabilizam o presidente Putin por sua morte, que o Kremlin nega./AFP.
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