Secretário de Estado dos EUA diz que Israel aceitou plano para cessar-fogo; negociações continuam

Antony Blinken afirma que agora ‘cabe ao Hamas’. Grupo terrorista não se pronunciou após o anúncio, mas alegou anteriormente que a proposta estaria alinhada aos interesses israelenses

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Por Redação

JERUSALÉM - O secretário de Estado americano Antony Blinken disse nesta segunda-feira, 19, que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aceitou o plano que tenta superar as diferenças e avançar com o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Ainda falta a resposta do Hamas e as negociações continuam.

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Blinken anunciou o aval israelense depois de se reunir por quase três horas com Netanyahu em Jerusalém. A proposta foi apresentada na semana passada por mediadores dos Estados Unidos, Egito e Catar, que buscam uma solução para interromper os combates no enclave palestino e libertar os reféns mantidos pelo Hamas.

“Em uma reunião muito construtiva com o primeiro-ministro Netanyahu hoje, ele me confirmou que Israel aceita a proposta de mediação, que ele a apoia,” disse Blinken em entrevista coletiva. “Agora cabe ao Hamas fazer o mesmo.”

Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken fala com a imprensa em Tel-Aviv.  Foto: Kevin Mohatt/Associated Press

O porta-voz de Binyamin Netanyahu confirmou que ele disse ter aceitado o plano. O Hamas, por sua vez, não se pronunciou imediatamente após o desenvolvimento desta segunda-feira, mas apontou no domingo que a proposta estava fortemente alinhada com o lado israelense, que acusa de adicionar novas exigências e criar obstáculos para prolongar a guerra. Israel nega.

Mesmo que o Hamas aceite o acordo, explicou Blinken, os mediadores devem passar os próximos dias trabalhando em entendimentos para a implementação. Ele disse que ainda há questões complexas, que exigem decisões difíceis, sem dar mais detalhes.

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Os mediadores têm trabalhado no plano que prevê liberação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos e da retirada de tropas israelenses de Gaza. Mas os detalhes da proposta aceita por Binyamin Netanyahu não foram divulgados.

Negociadores americanos acreditam que a proposta aborda as preocupações de ambas as partes sobre a implementação dos termos do acordo, disse uma autoridade americana que falou sob condição de anonimato.

De Jerusalém, Antony Blinken seguirá viagem na terça-feira para o Egito, onde as negociações devem ser retomadas. “Esta é provavelmente a melhor, talvez a última, oportunidade de trazer os reféns para casa, conseguir um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para paz e segurança duradouras,” disse antes da reunião com Netanyahu.

As conversas se arrastaram por meses sem acordo antes de chegar ao que Blinken definiu como “momento crítico”. Os diplomatas esperam que o cessar-fogo em Gaza possa conter a tensão regional, que ameaça se transformar em conflito mais amplo. Isso porque o Irã promete retaliar o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã e o Hezbollah busca vingança pela morte de seu comandante sênior, Fuad Shukur, no Líbano.

“Estamos trabalhando para garantir que não haja uma escalada, que não haja provocações, que não haja ações que possam nos afastar da conclusão desse acordo ou que haja uma escalada em outro lugar”, enfatizou Antony Blinken.

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Na semana passada, depois de uma rodada de negociações no Catar, os mediadores expressaram otimismo e esperança de que o acordo estava próximo. No entanto, o Hamas se mostrou insatisfeito com a proposta e Israel havia sinalizado que não estava disposto a se comprometer em alguns pontos. Os dois lados trocam acusações pelo fracasso da última rodada de negociações.

Enquanto isso, os combates seguem. O Hamas a Jihad Islâmica reivindicaram nesta segunda a responsabilidade pelo atentado suicida em Tel Aviv que deixou um ferido na noite anterior. E o exército israelense disse ter realizado ataques nas regiões central e sul da Faixa de Gaza.

A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista que matou 1,2 mil pessoas em Israel. Do lado palestino, o número de mortos passa dos 40 mil, segundo autoridades locais./COM AP e NY Times

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