Secretário de Estado dos EUA pede a aliados que apoiem Guaidó para acabar com 'tirania' de Maduro

Pompeo condena a 'miséria infligida' por Maduro aos venezuelanos

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, convocou ontem os aliados dos EUA a continuar apoiando os esforços da Casa Branca e da oposição venezuelana para acabar com a “tirania” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Durante sua visita a Bogotá, primeira parada de uma viagem pela América Latina e no Caribe, Pompeo reiterou seu apoio aos opositores de Maduro, liderados por Juan Guaidó, com quem se encontrou em Bogotá ontem.

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“O mundo deve continuar apoiando os esforços do povo venezuelano para voltar à democracia e acabar com a tirania de Maduro, que prejudica milhões de venezuelanos e afeta a Colômbia e toda a região”, afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

“Espero que ações mais permanentes dos EUA continuem apoiando o presidente Guaidó e o povo venezuelano”, disse Pompeu após reunião com o autoproclamado presidente interino da Venezuela, que é reconhecido no cargo pelo governo americano e de mais de 50 países. Guaidó chegou no domingo a Bogotá desafiando a proibição de sair da Venezuela imposta pelas autoridades chavistas.

O presidente autoproclamado interion da Venezuela, Juan Guaidó, se encontra com Ivan Duque em Bogotá Foto: Colombian Presidency/Handout via Reuters

A reunião ocorre após Maduro dizer em entrevista ao Washington Post que está no controle da Venezuela e ter se declarado aberto a negociações diretas com os EUA para melhorar a relação bilateral. O governo de Donald Trump tem defendido um diálogo para a formação de um governo de transição na Venezuela que convoque eleições gerais até o final do ano. Mas sustenta que essas conversas devem começar por uma discussão da saída de Maduro. 

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O secretário de Estado condenou a “miséria infligida” por Maduro. Desde que ele assumiu o poder, em 2013, a Venezuela passa por uma crise econômica, apesar de possuir as maiores reservas de petróleo do mundo. A situação levou 4,6 milhões de pessoas a deixar o país nos últimos anos, segundo a ONU. Do total, 1,6 milhão de venezuelanos foram para a Colômbia. 

Pompeo destacou o apoio da Colômbia na cruzada americana contra Maduro, cujo governo foi alvo de várias sanções econômicas, incluindo um embargo ao petróleo. “Fico alegre ao ver a cooperação nos mais altos níveis. Os cidadãos rechaçam o autoritarismo e exigem liberdade. A Colômbia tem sido chave nesta visão democrática” na região, afirmou Pompeo.

Apesar da crise política e econômica, dos esforços de Guaidó e das sanções de Washington, Maduro permanece no poder apoiado pelas forças de segurança, bem como por Cuba, Rússia e China.

Em 2019, Guaidó fracassou em sua intenção de depor Maduro, mesmo que afirme ter “tentado de tudo”. Sua popularidade caiu de 63% em janeiro para 38,9% em dezembro, segundo o instituto de pesquisa Datanalisis.

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Antes do encontro com o opositor venezuelano, Pompeo se reuniu com o presidente da Colômbia, Iván Duque, com quem também participou de uma conferência regional sobre a luta contra o terrorismo. Na reunião com Pompeo, Duque pediu mais sanções contra a “tirania” da Venezuela por seu apoio a grupos “terroristas” colombianos em seu território.

O governo Duque denunciou insistentemente que os chefes rebeldes do ELN e dos dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão na Venezuela, com o suposto apoio de Maduro.

Considerado o último grupo rebelde ativo na Colômbia, o ELN realizou negociações de paz primeiro em Quito e depois em Havana com o Prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos (2010-2018). Após sua chegada ao poder, Duque estabeleceu novas condições para continuar as fracassadas negociações.

 “Ressaltamos o que acabamos de ouvir do presidenteDuque. Nosso amigo e aliado Colômbia declarou o Hezbollah como uma organização terrorista. Espero que outras nações tomem medidas semelhantes contra esse grupo e outras organizações terroristas”, afirmou.

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Pompeo pediu a outros países que mediante “designações livres” bloqueiem o financiamento do terrorismo e denunciem suspeitos nessas atividades.

“Os EUA fizeram sua parte para eliminar a ameaça dos representantes do Irã. Eliminamos Qassim Suleimani e fortalecemos nossa campanha de pressão máxima de sanções econômicas, isolamento diplomático e dissuasão estratégica. Os EUA estão entusiasmados ao ver como outras nações também enfrentam Hezbollah e outros grupos terroristas ", acrescentou.

Pompeo disse que nos últimos meses países latino-americanos como Argentina, Paraguai, Honduras, Guatemala, Peru e Brasil sancionaram ou detiveram militantes do Hezbollah ou de outros grupos considerados terroristas pelos EUA.

Por seu lado, Guaidó garantiu aos repórteres que a “ditadura venezuelana” não apenas protege o ELN, mas também “financia diretamente e indiretamente com o ouro venezuelano, que agora pode ser classificado como ouro de sangue”. / AFP e EFE

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