WASHINGTON — Duas das principais autoridades de inteligência do governo de Donald Trump negaram nesta terça-feira, 25, que compartilharam informações secretas dos Estados Unidos num grupo no aplicativo de mensagens Signal, que tinha a presença de um jornalista. Eles foram ouvidos em uma audiência no Senado, previamente marcada para discutir questões de segurança.
A diretora de inteligência nacional, Tulsi Gabbard, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, negaram que o material compartilhado fosse confidencial e minimizaram o fato do vazamento ocorrer no Signal, um aplicativo que não está aprovado pelo governo para compartilhar informações sensíveis.
As informações compartilhadas diziam respeito ao ataque dos EUA a bases dos rebeldes Houthi no Iêmen, que aconteceu duas horas depois. Segundo o relato do jornalista Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista americana The Atlantic que foi incluído no grupo, as autoridades compartilharam informações sobre o momento, alvos e sistemas de armas usados.

As informações teriam sido compartilhadas pelo vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o conselheiro de segurança nacional Michael Waltz, que teria convidado Goldberg a entrar no grupo. Os participantes também compartilharam opiniões privadas de Donald Trump sobre o ataque.
Detalhes sobre operações militares são mantidos em segredo porque podem colocar em risco as vidas das tropas em campo.
Durante a audiência na Comissão de Inteligência do Senado, os democratas membros da comissão criticaram o episódio. O senador Mark Warner chamou o comportamento das autoridades de “descuidado e incompetente”. Ron Wyden sugeriu que Hegseth e Waltz deveriam renunciar.
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As consequências do vazamento podem virar um grande teste para outras autoridades envolvidas, como o diretor do FBI, Kash Patel, que também participou da audiência no Senado. Ele se negou a responder se o FBI havia iniciado investigação sobre violação de segurança.
Diversas autoridades do governo ouvidos sob anonimato classificam a atitude de Waltz como “imprudente”. Uma outra fonte ouvida pelo Politico chamou o conselheiro de segurança de “idiota”. “Todos na Casa Branca podem concordar em uma coisa: Mike Waltz é um idiota.”
Oficialmente, a Casa Branca tentou minimizar a gravidade do episódio, à medida que surgiram críticas bipartidárias e pedidos de renúncia de Mike Waltz, que criou o grupo, e Hegseth, que compartilhou os detalhes do ataque. O presidente Trump defendeu Waltz em uma entrevista à NBC News. Ele disse que o conselheiro de segurança nacional havia “aprendido uma lição”. /COM AP, NYT