DAKAR, SENEGAL - O Senegal inaugurou esta semana o primeiro parque eólico em grande escala na África Ocidental, uma instalação que fornecerá quase um sexto da energia do país quando atingir a capacidade máxima, o que está previsto para o final deste ano. Com o parque eólico, Senegal passará a receber 30% de sua energia de fontes renováveis, que têm sido defendidas pelo presidente Macky Sall.
"O mix de energia que temos hoje nos permite superar nossa dependência do petróleo", disse Papa Mademba Biteye, diretor geral da Senelec, a empresa nacional de eletricidade, em uma cerimônia de inauguração na comunidade rural de Taiba N'Diaye. "O próximo desafio é a universalização do acesso", disse Biteye.
O parque eólico de 158 megawatts foi construído pela empresa britânica de energia renovável Lekela, que também possui parques eólicos na África do Sul, Egito e vai inaugurar um em Gana. Em Taiba N'Diaye, 46 turbinas eólicas gigantes erguem-se sobre matagais a cerca de 90 quilômetros de Dakar, a capital costeira. Um terço está em operação e o restante deve funcionar em junho.
Fora das cidades, grande parte do Senegal ainda não está eletrificada. A eletricidade era uma realidade para apenas 60% da população de 16 milhões em 2017, segundo o Banco Mundial. O parque eólico fornecerá eletricidade suficiente para 2 milhões de pessoas e evitará a emissão de 300.000 toneladas de dióxido de carbono por ano, de acordo com o Senelec.
Na região
Parques eólicos são raridade em toda a África subsaariana em comparação com as usinas solares, em parte porque podem custar mais e levar mais tempo para serem construídos e porque o vento forte é geralmente menos abundante que o sol, explicou Silvia Macri, analista de energia da IHS Markit. "O Senegal promoveu sua agenda de energias renováveis de forma bastante agressiva", disse Macri à Thomson Reuters Foundation.
A primeira usina solar do Senegal entrou em operação há três anos e, desde então, o país construiu várias outras. Outros países da região estão seguindo o exemplo da energia solar, mas estão muito mais atrasados em termos de vento, disse Macri.
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