Sentença de Trump no caso Stormy Daniels é adiada após decisão da Suprema Corte sobre imunidade

Defesa alega que acusação usou atos oficiais do líder republicano como evidência e tenta anular a condenação por falsificação de registros financeiros

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Por Redação
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NOVA YORK - A sentença de Donald Trump no caso Stormy Daniels, marcada inicialmente para a semana que vem, foi adiada para setembro, informou o tribunal de Manhattan nesta terça-feira, 2. O pedido foi feito pela defesa do líder republicano, que tenta anular a condenação após a decisão da Suprema Corte, que garante certo nível de imunidade a ex-presidentes dos Estados Unidos.

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Enquanto tenta reconquistar a Casa Branca, Trump foi condenado em 34 acusações por falsificações de registros financeiros para ocultar um caso com a atriz pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 — o que ele nega. A sentença estava prevista para o dia 11 de julho mas foi remarcada para 18 setembro, menos de dois meses antes da eleição.

A defesa de Trump pediu ao juiz Juan Merchan que anulasse a condenação e adiasse a sentença para considerar como a questão da imunidade impacta o caso. O recurso foi apresentado horas depois da decisão da Suprema Corte, que declara presidentes imunes de responsabilidade por atos oficiais, mas não por ações pessoais.

Donald Trump participa de evento de campanha.  Foto: Jeffrey Phelps/Associated Press

Nesta terça, a promotoria de Manhattan, responsável pela acusação, disse que a tentativa de anular o julgamento é “sem mérito”, mas que não faria oposição ao adiamento da sentença enquanto o juiz considera.

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Embora as acusações do caso Stormy Daniels se refiram ao período em que ele era candidato, a defesa afirma que os promotores deram “ênfase altamente prejudicial às evidências de atos oficiais”. Isso incluiria postagens de Trump nas redes sociais quando presidente e depoimentos de testemunhas sobre reuniões no Salão Oval da Casa Branca.

Pela decisão da Suprema Corte, os atos oficiais também não podem ser usados como evidências em julgamentos ― mesmo que tenham relação com a conduta privada do presidente. O parecer foi duramente criticado pela ala liberal da corte liderada por Sonia Sotomayor, que acusou os colegas conservadores de transformar o presidente em “rei acima da lei”.

Juan Merchan havia dito anteriormente que a conduta de Trump no caso não tem a ver com atos oficiais como presidente, mas concordou em dar mais tempo para que se discuta impacto da imunidade. A defesa tem até 10 de julho para enviar seus argumentos por escrito, os promotores devem responder duas semanas depois e o juiz decidirá em 6 de setembro. A próxima data no caso será 18 de setembro “se ainda for necessário”, escreveu Merchan.

Trump foi condenado em 30 de maio por falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento de US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels. De acordo com a acusação, a compra de silêncio fazia parte de um esquema mais amplo para impedir que histórias comprometedores se tornassem públicas antes da eleição. Caso a condenação seja mantida, a pena pode chegar até quatro anos de prisão.

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A tese da imunidade foi apresentada pela defesa no processo que Donald Trump responde pelo ataque ao Capitólio e a tentativa de subverter o resultado das eleições. O caso chegou à Suprema Corte depois de ter sido rejeitado por tribunais inferiores e a decisão é considerada uma vitória para o ex-presidente, que tenta postergar os problemas com a Justiça americana enquanto concorre para voltar à Casa Branca.

A decisão torna improvável que o caso seja julgado antes das eleições, em 5 de novembro. Se eleito, ele poderia ordenar que o Departamento de Justiça derrubasse as acusações ou até perdoar a si mesmo.

Trump ainda é réu em uma ação separada, no Estado da Georgia, sobre as eleições de 2020 e no caso dos documentos secretos encontrados na mansão de Mar-a-Lago, na Flórida. Ambos estão travados após uma série de recursos da defesa./W. Post e AP

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