TEL-AVIV- Ao menos duas pessoas morreram e sete ficaram feridas – quatro delas em estado grave – em um ataque a tiros em Tel-Aviv nesta quinta-feira, 7, no sexto atentado em Israel desde 22 de março. A onda de violência, a maior em seis anos, já deixou 11 mortos, segundo autoridades locais. A polícia israelense afirmou ter executado nesta sexta-feira, 8, o autor do atentado durante um tiroteio no centro da cidade, após uma operação. O homem estava foragido há mais de nove horas.
Ele foi identificado como um palestino de 28 anos. “Vamos combater o terrorismo juntos, vamos atacar esses terroristas desprezíveis onde quer que se escondam, encontraremos aqueles que os enviam e aqueles que os ajudam, e não descansaremos até que a calma volte às ruas”, declarou o ministro da Defesa israelense, Beny Gantz, depois que o homem foi morto.
O ataque ocorreu em um bar, por volta das 21h, que estava cheio em razão do fim da semana de trabalho - que em Israel vai de domingo a quinta-feira.
O atentado foi o sexto em Israel em menos de três semanas e aumentou os temores de uma onda ainda mais intensa nos próximos dez dias, quando a rara convergência de Ramadã, Páscoa e Páscoa judaica deve aumentar ainda mais as tensões entre israelenses e palestinos.
A TV local mostrou destroços do lado de fora do bar, onde equipes de emergência e policiais estavam perto de uma pilha de cacos de vidro. Yisrael Weingarten, um paramédico que tratou algumas das vítimas, disse que testemunhou uma grande comoção no local, com dezenas de pessoas correndo nas ruas e os feridos deitados na calçada.
Testemunhas disseram ter presenciado cenas de caos no centro da cidade, onde a polícia mobilizou um efetivo importante, e ter ouvido disparos. “Há um clima de guerra com soldados e policiais por todas as partes (...), revistaram o restaurante, tem gente chorando e pessoas correndo por todas as partes”, contou Binyamin Blum, funcionário de um estabelecimento perto do local onde ocorreu o ataque.
Outros ataques
Na semana passada, um palestino da Cisjordânia ocupada, que atirou de dentro de seu veículo, matou cinco pessoas (entre eles dois ucranianos e um policial árabe-israelense) na cidade judaica ortodoxa de Bnei Brak, perto de Tel-Aviv.
Alguns dias depois, dois policiais morreram em outro ataque reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico em Hadera, no norte de Israel.
Em 22 de março, uma pessoa vinculada ao EI matou a facadas e por atropelamento quatro israelenses - dois homens e duas mulheres - na cidade de Beersheva.
Premiê pressionado
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, acompanhou as atualizações do ataque do quartel-geral do Exército em Tel-Aviv, segundo seu gabinete. ”Onde quer que o terrorista esteja, nós o pegaremos. E todos que o ajudaram direta ou indiretamente pagarão um preço”, disse o premiê.
Apesar de ter destituído o conservador Binyamin Netanyahu, a política externa de Bennett com relação aos palestinos não é muito diferente. Ele também é contra a criação da Palestina e defende que a cidade de Jerusalém seja a capital indivisível de um Estado judeu.
Sua frágil maioria no Parlamento acabou esta semana, quando uma deputada se retirou da coalizão, deixando oposição e governo com o mesmo número de deputados. Para sobreviver, sua aliança depende do apoio de partidos árabes-israelenses, o que torna a crise um momento delicado para o futuro do premiê. / AP, AFP, EFE e NYT
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