Suécia entra oficialmente na Otan, tornando-se o 32º membro da aliança

Primeiro-ministro sueco descreveu a entrada de seu país na Otan, formada na Guerra Fria para enfrentar a então União Soviética, como “uma vitória para a liberdade”

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Por Redação
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Suécia tornou-se, nesta quinta-feira, 7, o 32º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), quase dois anos depois de solicitar sua adesão à aliança e em meio à guerra na Ucrânia. Com sua entrada na Otan, o país abandona sua tradicional política de não alinhamento militar.

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O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em visita a Washington, entregou em uma cerimônia oficial ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, os documentos de ratificação, após uma dura batalha para obter a aprovação dos outros 31 membros da aliança militar.

“Coisas boas acontecem para aqueles que esperam”, disse Blinken ao aceitar os certificados e qualificar a adesão sueca como uma demonstração da “queda histórica” da Rússia.

O Secretário de Estado Antony Blinken, à direita, posa para uma foto com o Primeiro-Ministro Sueco Ulf Kristersson segurando os Instrumentos de Adesão da Suécia à OTAN na Sala Benjamin Franklin do Departamento de Estado, na quinta-feira, 7 de março de 2024, em Washington. Foto: Jess Rapfogel / AP

Kristersson descreveu a entrada de seu país na Otan, formada na Guerra Fria para enfrentar a então União Soviética, como “uma vitória para a liberdade”.

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A Suécia lançou sua candidatura para integrar a aliança em maio de 2022, após a invasão russa da Ucrânia. Fez isso ao mesmo tempo que a Finlândia, que foi admitida em abril de 2023.

A adesão foi comemorada pelo presidente americano, Joe Biden.

“Quando (o presidente russo, Vladimir) Putin lançou sua guerra brutal de agressão contra o povo da Ucrânia, pensou que poderia fragilizar a Europa e dividir a Otan. Com a entrada da Suécia hoje, a Otan se torna mais unida, mais dinâmica e mais forte do que nunca”, reagiu Biden em um comunicado.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, também comemorou a notícia. “Hoje é importante destacar que mais um país na Europa ficou mais protegido do mal russo”, afirmou.

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As forças armadas suecas contam com 50.000 soldados, dos quais cerca de metade são reservistas. Kristersson declarou em janeiro que seu país está disposto a fornecer tropas para as forças da Otan na Letônia.

A Rússia prometeu “contramedidas” pela entrada da Suécia no organismo, especialmente se efetivos militares e equipamentos da Otan forem implantados nesse país.

A entrada da Suécia implica para Moscou que o Mar Báltico está agora cercado por países-membros da aliança, e alguns analistas o descrevem como um “lago da Otan”.

O primeiro-ministro sueco planeja assistir ao discurso anual sobre o estado da União do presidente Joe Biden, que luta para convencer o Partido Republicano rival a aprovar novas ajudas a Kiev.

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“A Suécia agora ocupará o lugar que lhe cabe na mesa da Otan, com voz e voto em igualdade de condições ao moldar políticas e decisões”, disse mais cedo em comunicado o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

“Após mais de 200 anos de não alinhamento, a Suécia agora desfruta da proteção proporcionada pelo Artigo 5, a máxima garantia de liberdade e segurança dos aliados”, acrescentou.

Soldados suecos da Norrlandsbrigade em Boden sentam-se em um veículo de combate durante um treinamento junto com unidades de caça finlandesas em Hetta, no norte da Finlândia, em 5 de março de 2024. Foto: Anders Wiklund / AFP

Espera-se que a bandeira azul e amarela dourada da Suécia seja hasteada na segunda-feira na sede da Otan em Bruxelas.

A Suécia não participou de uma guerra, incluindo a Segunda Guerra Mundial, desde os conflitos napoleônicos do início do século XIX.

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Mas, junto com a Finlândia, lançou uma candidatura conjunta depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, país que havia tentado sem sucesso ingressar na Otan, que considera um ataque a um membro como uma agressão ao bloco inteiro.

A candidatura sueca estagnou devido à firme pressão da Turquia, que exigiu que Estocolmo, conhecida por suas políticas liberais de asilo, agisse contra os militantes curdos que fizeram campanha contra Ancara.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exigiu medidas depois que manifestantes, amparados pelas leis suecas de liberdade de expressão, profanaram o livro sagrado do Islã, o Alcorão.

Para suavizar a situação, os Estados Unidos ofereceram caças F-16 à Turquia, que por sua vez enfrentou sanções dos EUA por uma importante compra militar à Rússia.

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Mesmo com a bênção da Turquia, a Suécia enfrentou outro obstáculo, pois precisava da aprovação de um último país: a Hungria, cujo primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orban, frequentemente zombou dos aliados ocidentais.

O Parlamento húngaro ratificou a adesão da Suécia em 26 de fevereiro. Mas, em um último contratempo, a Hungria não pôde assinar formalmente o documento de adesão devido a uma breve ausência no cargo, em sua maioria cerimonial, do presidente, após a renúncia de uma aliada de Orban em um escândalo por perdoar o cúmplice de um condenado por abuso de menores.

Uma pesquisa recente da emissora sueca SR afirmou que a maioria dos cidadãos da Suécia acredita que o país fez muitos sacrifícios para ingressar na Otan, embora mais de três quartos esperem que a aliança reforce a segurança do país. /Com EFE

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