O governo da Suécia autorizou, nesta segunda-feira (12), um pedido da Turquia para extraditar um cidadão turco apoiador do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). A medida visa acelerar o processo de entrada do país na Otan, que sofre com a resistência de Ancara. O governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, reeleito no mês passado, considera o país nórdico um aliado dos separatistas curdos.
Segundo Ashraf Ahmed, funcionário do Ministério da Justiça sueco, o governo decidiu conceder a extradição da Suécia a um cidadão turco de 35 anos, não identificado, que já havia sido condenado em 2013 por narcotráfico, cumprido pena e, vivia legalmente no país. A extradição pode ocorrer dentro de quatro semanas, assim que o Ministério da Justiça turco for informado da decisão, acrescentou Ahmed.
A Suprema Corte da Suécia autorizou a extradição no final de maio, alegando que o homem é investigado na Turquia por publicar na internet fotos manipuladas do presidente Recep Tayyip Erdogan, atitude considera crime pelas leis turcas.
O homem afirma que o verdadeiro motivo de sua extradição é a sua filiação ao Partido Democrático do Povo pró-curdo (HDP), mas que os promotores turcos procuram por supostos vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista na Turquia.
Entrada na Otan
A extradição é uma das medidas adotadas pelo governo sueco para endurecer suas leis antiterrorismo, visando atender a um pedido do país turco, que junto com a Hungria, são os dois únicos membros da Otan que não ratificaram a adesão de Estocolmo à aliança militar.
A Otan quer admitir a Suécia antes da cúpula no próximo mês em Vilnius, na Lituânia. Todos os 31 membros devem, de forma unânime, ratificar o protocolo de adesão de um país candidato antes que ele possa ingressas na aliança transatlântica.
A Suécia e a Finlândia, que historicamente permaneceram militarmente neutras para evitar conflitos com Moscou, solicitaram formalmente a adesão à Otan depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. A entrada da Finlândia foi autorizada em abril deste ano. /AP E AFP
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