WASHINGTON - O Supremo Tribunal do Texas negou neste domingo, 1º, uma petição de ativistas e candidatos republicanos locais para anular 127 mil votos já realizados na votação antecipada. O grupo que colocou a legalidade desses votos em dúvida também pediu a impugnação deles no tribunal federal, que convocou uma audiência para esta segunda-feira, 2, véspera do pleito.
De acordo com o pedido, o sistema de votação drive-thru em dez pontos na cidade de Houston estariam operando ilegalmente e em locais que favoreceriam os democratas, que são maioria do eleitorado do Estado. O modelo de votação foi implementado pelas autoridades para facilitar a participação de pessoas que são do grupo de risco para a covid-19.
No entanto, os republicanos afirmam que a estratégia viola a Constituição ao ampliar um sistema que deveria ser limitado aos votantes com alguma incapacidade física. Por esse modelo, os eleitores permanecem em seus carros no local de votação junto à calçada e, depois de terem suas identidades confirmadas, recebem um tablet pela janela para que votem.
As leis eleitorais do Texas permitem que os votos na calçada sejam feitos por pessoas que "não podem entrar fisicamente no local de votação sem assistência ou sem a possibilidade de sofrer danos à saúde". A decisão da Suprema Corte estadual, cujos integrantes são todos republicanos, foi emitida sem comentários.
Mais de 127 mil eleitores já votaram nesses pontos e o número pode crescer para mais de 135 mil até terça-feira, dia da eleição, afirmou Susan Hays, advogada do condado. Ela disse que as autoridades locais planejavam contestar vigorosamente o processo, que ela descreveu como um ato de "repressão aos eleitores".
A anulação desses votos afetaria cerca de 10% de todos os já emitidos na votação antecipada, segundo cálculos do jornal The Texas Tribune. Apesar da pandemia do novo coronavírus, os republicanos têm impedido a votação por correspondência ou outros procedimentos em vários Estados depois que o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, colocou em dúvida a legalidade e transparência desses votos. /EFE e NYT
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.