A Justiça de Taiwan condenou quatro soldados do país, três deles integrantes de uma unidade responsável pela segurança presidencial, por espionagem para a China.
Segundo a sentença, os militares repassaram informações secretas à Pequim durante dois anos, entre 2022 e 2024. Eles foram descobertos e acusados em agosto do ano passado.
A condenação ocorreu com base na lei de segurança nacional de Taiwan. As penas variam entre 5 anos e 10 meses e 7 anos de prisão. “Seus atos representam uma traição ao país e colocam em perigo a segurança nacional”, afirma a sentença.
Três deles são membros de uma unidade militar responsável pela segurança do gabinete presidencial. O quarto é um soldado do comando de informações e telecomunicações do Exército. Todos os quatro estavam afastados dos cargos desde a investigação em agosto do ano passado.
A Justiça afirma que eles receberam entre 250 mil e 660 mil dólares taiwaneses (cerca de R$ 44 mil e R$ 114 mil, respectivamente) de Pequim.
Em janeiro, o Departamento de Segurança Nacional de Taiwan afirmou que o número de espiões à serviço de Pequim na ilha cresceu de modo significativo no ano passado, com 64 pessoas acusadas. Em 2023, esse número foi de 48, e em 2022, 10.
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As agências taiwanesas aumentam a repressão contra a espionagem, à medida que a pressão de Pequim, que considera a ilha parte de seu território, cresce. Muitos dos acusados eram membros atuais ou aposentados do Exército de Taiwan, que foram recrutados pela China ou seus agentes na ilha.
O presidente taiwanês, William Lai Ching-te, designou a China como uma “potência estrangeira hostil” e anunciou uma série de medidas para aumentar a segurança de Taiwan. Entre elas, está o restabelecimento de tribunais militares para examinar os casos de espionagem dentro das Forças Armadas.
Na semana passada, o governo de Taiwan também anunciou aumentos nos salários-base do pessoal militar de Taiwan. /Com AFP
