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Tanques israelenses avançam em Rafah; Catar alerta para ‘retrocesso do diálogo’ sobre cessar-fogo

Israel iniciou uma operação militar em Rafah na semana passada em meio às negociações para um cessar-fogo em Gaza

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Por Redação
Atualização:

As Forças de Defesa de Israel (FDI) avançaram em suas posições dentro da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta terça-feira, 14, chegando a alguns distritos residenciais no município que faz fronteira com o Egito. Mais de 1 milhão de civis palestinos se deslocaram para a cidade por conta da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em outras regiões do enclave palestino.

Aliados internacionais de Israel e organizações de ajuda humanitária sinalizaram preocupação com uma operação militar mais abrangente em Rafah por conta da grande quantidade de civis palestinos e a possibilidade de uma catástrofe humanitária.

Soldados israelenses estacionam um tanque nas proximidades de Rafah  Foto: Heidi Levine/The Washington Post

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Contudo, desde a semana passada Tel-Aviv tem aumentado a presença militar no sul do enclave. No dia 7 de maio, tanques israelenses tomaram a passagem de fronteira entre Rafah e o Egito e exigiram o deslocamento de civis palestinos de algumas áreas da cidade. O Exército israelense afirmou que os combates com o grupo terrorista Hamas ocorreram no leste de Rafah nesta terça-feira.

De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, mais de 80 pessoas morreram por conta de bombardeios israelenses nas últimas 24 horas.

Palestinos observam os destroços de uma escola administrada pela UNRWA no campo de refugiados de Nuseirat, Faixa de Gaza  Foto: Abdel Kareem Hana/AP

Cessar-fogo

A operação militar israelense em Rafah fez com que as negociações por um cessar-fogo ficassem estagnadas, segundo o primeiro-ministro e emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani.

Durante participação no Fórum Econômico do Catar, o primeiro-ministro apontou que as conversas ganharam tração nas últimas semanas, mas a operação em Rafah retrocedeu as negociações.

“Não existe uma solução sobre como parar a guerra do lado israelense. Não acho que eles consideram que isso seja uma opção, mesmo quando conversamos sobre um acordo e um potencial cessar-fogo”, apontou o emir do Catar.

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O primeiro-ministro e emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, participa do Fórum Econômico do Catar, em Doha Foto: Agência de notícias do governo do Catar/Reuters

A chancelaria do Catar afirmou que a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino também foi paralisada por conta da ofensiva em Rafah. “Nenhuma” ajuda humanitária conseguiu entrar na Faixa de Gaza desde 9 de maio, quando Israel lançou uma ofensiva terrestre em Rafah, no extremo sul do território palestino, afirmou nesta terça-feira o disse o porta-voz da Chancelaria do Catar, Majed al Ansari, em uma conferência de imprensa em Doha.

“Os nossos irmãos na Faixa de Gaza não recebem qualquer ajuda desde 9 de maio, e isto é uma indicação da perpetuação da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”.

O Catar é um dos países que atuam como intermediários do grupo terrorista Hamas, que possui um escritório político em Doha.

Corte Internacional de Justiça

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) afirmou nesta terça-feira que deve realizar audiências sobre a ofensiva israelense em Rafah nesta semana, após um pedido da África do Sul.

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A Corte deve escutar o argumento da África do Sul na quinta-feira, 16, e a defesa israelense na sexta-feira, 17. Pretória pede que Israel se retire de Rafah e garanta a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino.

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas começou no dia 7 de outubro do ano passado quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram 1.200 pessoas, no maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto. O grupo terrorista também sequestrou 240 pessoas e mais de 100 continuam no enclave palestino.

Após o ataque, Tel-Aviv iniciou uma guerra contra o grupo terrorista, com bombardeios aéreos contra posições do Hamas em Gaza e invasão terrestre, que resultou na morte de 35 mil pessoas, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas./com AFP

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