Taxa de natalidade em Cuba tem queda e governo incentiva casais a terem filhos
Muitas mulheres cubanas têm sido aconselhadas por médicos do governo a não praticarem aborto, além de notarem uma falta de produtos como preservativos e pílulas anticoncepcionais
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Por Redação
HAVANA - O casal Claudia Rodriguez e Alejandro Padilla estão em perfeita harmonia. Mas apesar da intimidade e do amor, constituir uma família não está no planejamento deles no momento. Embora o plano fosse casar e ter filhos, eles vão esperar até não precisarem mais dividir um pequeno apartamento com outras seis pessoas, ou talvez até conseguirem comprar fraldas. Em resumo, eles vão esperar um longo tempo.
“Você tem que levar em consideração o mundo em que vivemos”, disse Claudia, de 24 anos, que afirma já ter feito dois abortos para evitar um filho prematuramente. “A situação seria muito mais difícil com uma criança.”
Novos tempos em Cuba
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Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto Foto: REUTERS/Enrique de la Osa
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Carros dos anos 50 que funcionam como táxis em Havana - As imagens de Havana foram feitas pela correspondente do Estadão Cláudia Trevisan e por agênci... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Juan, de costas, e vizinhos do bairro Romerillo; todos dizem que os salários que recebem são insuficientes para viver e esperam mudanças com a retomad... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Muro com slogans em frente à Embaixada dos EUA, na Tribuna Anti-Imperialista Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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José Luís, motorista da reportagem do Estado, com seu Moscovich 1980, que herdou do pai, e o gancho improvisado que usa para manter o vidro fechado Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Juan em sua casa em Romerillo com uma manga que custa 5 pesos (0,25 dólares); com aposentadoria e trabalho de vigia, ele ganha 360 pesos por mês Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Cubanos consertam carro americano dos anos 50 no bairro Romerillo, em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Jornal que está no Museu da Revolução; com data de 4 de janeiro de 1961, anuncia a decisão dos EUA de romper relações com Cuba Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Carros dos anos 50 que funciona como táxi em Havana; várias pessoas tomam o mesmo veículo, que faz um trajeto definido ao custo de US$ 0,40 Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE
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É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
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Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Segurança caminha ao lado do iate americano Still Waters, atracado na marina Hemingway, em Havana Foto: Desmond Boylan / AP
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Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Desde a década de 1970, a taxa de nascimentos em Cuba tem apresentado queda, o que contribui para uma redução da população. O problema é muito mais comum em nações ricas e industrializadas do que em países mais pobres.
Os mais jovens estão deixando a ilha, aproveitando a retomada das relações com os EUA. E aqueles que ficam em Cuba alegam estar relutantes em ter filhos, principalmente em razão das dificuldades de sustentar uma criança em um país onde o salário médio estadual é de apenas US$ 20 por mês.
Há um outro fator que altera a equação em Cuba: o aborto é legalizado, livre e comumente praticado. Muitos cubanos veem o ato como uma forma de controle de natalidade. Com isso, a taxa de abortos no país é de aproximadamente 30 em cada 1.000 mulheres em idade fértil.
Como uma forma de contornar o problema, o governo começou a circular panfletos que incentivam a gravidez e encorajam casais novos a terem filhos. Algumas mulheres dizem que nos últimos meses, médicos do governo têm desencorajado a ação, enquanto outras notaram uma escassez súbita de preservativos e pílulas anticoncepcionais nas farmácias.
“Não queremos nos pressionar”, disse Padilla. “Queremos viver nossas vidas, um dia de cada vez.” /NYT