Tempestade de inverno perde força nos EUA, mas país segue com baixas temperaturas

Pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência das condições climáticas, que também levaram ao cancelamento de voos e acidentes em estradas

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Por Redação
Atualização:

A tempestade de inverno Elliot, que vem provocando frio intenso e grandes complicações nos Estados Unidos em pleno Natal, começou a se enfraquecer neste domingo, 25, mas ainda mantém o país sob baixas temperaturas e problemas em aeroportos e rodovias.

“É esperado que as condições melhorem lentamente à medida que o sistema se enfraqueça. No entanto, viajar nestas condições será extremamente perigoso”, comunicou o Serviço Meteorológico Nacional (NWS). Segundo boletim divulgado às 10h30 (horário de Brasília), 190 mil pessoas estão sob alerta de tempestade de neve, concentradas no Estado de Nova York. Na véspera, eram 4 milhões de habitantes nesta condição.

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O serviço elétrico, afetado pelos fortes ventos, pelas nevascas e pela alta demanda, já foi reestabelecido em grande parte dos EUA, onde 260 mil usuários estão sem energia, segundo o monitor Power Outage. Ao menos 20 pessoas morreram em decorrência das condições climáticas, muitas delas depois de ficarem presas nos carros durante a tempestade de neve ou em acidentes nas rodovias.

Após seu ápice no oeste do país, a tempestade deve atingir a costa leste americana, causando o Natal mais frio dos últimos anos em muitos lugares. O serviço de meteorologia Weather Prediction Center alerta que os Estados de Montana e Dakota do Norte devem registrar temperaturas abaixo dos -50ºC neste final de semana.

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O serviço meteorológico americano tem considerado Elliot um “evento histórico” não apenas pelas temperaturas negativas surpreendentes, mas também pelo tamanho da frente fria vinda do Ártico, que se estende da fronteira com o Canadá, no norte, até a fronteira com o México, no sul.

Tempestade de inverno deixou milhares de pessoas em estado de alerta no EUA Foto: Kamil Krzaczynski/AFP

Um dos locais mais afetados pela tempestade é a região dos Grandes Lagos, perto da fronteira com o Canadá. Segundo meteorologistas, a área foi atingida na sexta-feira, 23, por um ciclone bomba, que é quando a pressão atmosférica despenca após uma forte tempestade. Nos últimos dias, ao menos 200 milhões de pessoas nos EUA, o que representa aproximadamente 60% da população, estiveram sob algum alerta pelo clima.

Ainda na quinta-feira, 22, o presidente dos EUA Joe Biden fez um alerta à população acerca da gravidade do evento meteorológico. “Este é realmente um alerta meteorológico muito severo. E vai de Oklahoma ao Wyoming, e do Wyoming ao Maine. Há consequências reais. Por isso, encorajo todos a seguirem os avisos locais”, disse.

Voos cancelados

Os aeroportos dos Estados Unidos já registraram 2,8 mil voos cancelados neste domingo, de acordo com o site Flight Aware. Seguem fechados os aeroportos de Milwaukee, no Estado do Wisconsin, e de Buffalo, no Estado de Nova York. O aeroporto mais importante da Flórida, na cidade de Orlando, registrou 45 voos cancelados, o que representa 8 % dos previstos. Em Tampa, 20 voos foram afetados.

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No aeroporto de Fort Lauderdale, a cerca de 40 quilômetros ao norte de Miami, outros 20 voos que tinham o local como destino foram cancelados. Na cidade de Miami, que nas festas de Natal recebe visitantes de todo os Estados Unidos, viu 9 voos cancelados. A cidade, que costuma experimentar um clima mais quente, registrou na primeira hora do dia 7ºC.

Voos cancelados: frio extremo reduz visibilidade e complica viagens aéreas Foto: Matthew Hatcher/Getty Images via AFP

Acidentes e mortes

Para este domingo, 25, é esperado mais frio e rajadas de vento no país. Há risco “potencialmente fatal” para viajantes que ficarem presos na neve e risco de queimaduras por causa do frio para quem ficar muitos minutos ao ar livre. Em Nova York, a previsão é que os ventos frios caiam abaixo de zero e permaneçam neste patamar até a manhã do próximo sábado. A recomendação das autoridades é não viajar.

Com a visibilidade próxima de zero, as nevascas e geadas que afetam grande parte dos EUA transformaram as estradas em áreas muito perigosas. “As pessoas deveriam ficar em casa, não se aventurar nas estradas”, disse à CNN o governador do Kentucky, Andy Beshear. “Sua família quer ver você em casa para o Natal, mas querem mais ainda vê-lo com vida”, acrescentou.

Fila de caminhões em via fechada devido às condições extremas de direção no inverno, em Silverthorne, no Colorado  Foto: JASON CONNOLLY / AFP

Beshear confirmou que três pessoas morreram em acidentes de trânsito nas rodovias do Kentucky. Em Oklahoma, pelo menos duas pessoas morreram nas estradas. Em Ohio, um acidente que envolveu 50 veículos provocou uma morte, segundo a imprensa local. Em Michigan, uma colisão de nove caminhões paralisou o trânsito na sexta-feira.

Duas pessoas morreram em suas casas nos arredores de Buffalo, em Nova York, após as equipes de emergência não conseguiram socorrê-las em meio a uma nevasca histórica. “Não importa quantos veículos de emergência tenhamos, eles não conseguem passar pelas condições enquanto falamos”, disse a governadora de Nova York, Kathy Hochu.

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