Temporada de furacões deve se agravar e ameaça Caribe em meio à pandemia

Previsão sugere a passagem de 15 a 21 tempestades nomeadas, incluindo 7 a 10 furacões, até 30 de novembro

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Por Henry Fountain

NOVA YORK - As condições dentro e acima do Oceano Atlântico continuam sugerindo que a temporada de furacões nos Estados Unidos será acima da média este ano, afirmou um cientista do governo americano nesta quarta-feira, 4.

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Matthew Rosencrans, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), disse que uma previsão atualizada sugere a passagem de 15 a 21 tempestades nomeadas, incluindo 7 a 10 furacões, até o final da temporada em 30 de novembro. Três a cinco furacões podem ser de categoria 3 ou superior, com ventos sustentados acima de 177 km/h.

Os números atualizados trazem ligeiras alterações em relação a uma previsão de pré-temporada feita pela NOAA em maio. “Agora há 65% de chance de uma temporada acima da média”, disse Rosencrans. Um ano médio tem 14 tempestades nomeadas, sete das quais são furacões, incluindo três grandes.

Rosencrans disse que uma das razões para a previsão ligeiramente alterada, e para a previsão contínua de atividade acima da média, é que os meteorologistas da NOAA agora dizem que o padrão climático chamado La Niña pode se desenvolver no final deste ano.

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Elsa formou-se em 1 de julho, tornando 2021 o ano mais rápido a atingir cinco tempestades, antes de 2020 Foto: Octavio Jones/REUTERS

Em um La Niña, as temperaturas da superfície do mar caem no Oceano Pacífico equatorial, e isso pode afetar o clima em outros lugares. No Atlântico, isso geralmente significa menos cisalhamento (o que aumenta a probabilidade de tempestades se formarem e serem mais fortes) e mudanças na velocidade e direção do vento.

A temporada de furacões começa em 1º de junho, embora desde 2015, as tempestades venham se desenvolvendo antes de junho. Neste ano, a Tempestade Tropical Ana foi formada no final de maio.

Ana foi a primeira de cinco tempestades nomeadas até agora. O quinto e primeiro furacão, Elsa, formou-se em 1 de julho, tornando 2021 o ano mais rápido a atingir cinco tempestades, antes de 2020.

Como um furacão de categoria 1, com ventos de velocidade máxima de cerca de 136 km/h, o Elsa causou inundações e outros danos em partes do Caribe antes de entrar brevemente no Golfo do México, cruzando o norte da Flórida e subindo a costa leste. Reduzida a uma tempestade tropical, Elsa contribuiu para as inundações em torno da cidade de Nova York em 8 de julho.

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Desde Elsa, a temporada está tranquila. Mas o período entre a metade de agosto e outubro tende a ser o mais ativo, em parte porque o oceano aqueceu durante o verão, fornecendo mais energia para o surgimento de grandes sistemas de tempestade rotativos ou ciclônicos. Durante esses meses, o cisalhamento do vento também tende a ser reduzido, mesmo sem um La Niña.

O Centro Nacional de Furacões está rastreando atualmente três áreas de ar de baixa pressão no Oceano Atlântico, duas ao largo da África Ocidental e uma mais perto da costa leste da América do Sul. Esses tipos de distúrbios atmosféricos no Atlântico tropical podem levar a tempestades tropicais ou furacões. Mas o centro de furacões disse que a probabilidade de essas tempestades se formarem é baixa.

Os pesquisadores documentaram que o aquecimento global afetou as tempestades ciclônicas, embora haja debate sobre como os dois podem estar relacionadps.

A mudança climática está produzindo tempestades mais fortes, que produzem mais chuvas, em parte porque há mais umidade no ar mais quente e em parte porque tendem a diminuir a velocidade. A elevação do mar e as tempestades mais lentas podem causar surtos de tempestade mais destrutivos.

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