Terremoto de magnitude 6,8 causa mortes e destruição no Equador

Segundo autoridades equatorianas, ao menos 14 pessoas morreram; no Peru, que também sentiu o tremor, uma criança morreu

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

QUITO - Um forte terremoto sacudiu o sul do Equador e o norte do Peru neste sábado, 18, e deixou ao menos 15 pessoas mortas e mais de 125 feridas, segundo informaram as autoridades neste domingo, 19. Quatorze mortes ocorreram no Equador e uma, no Peru. Bombeiros e policiais trabalham para remover destroços e resgatar possíveis vítimas.

PUBLICIDADE

O Serviço Geológico dos EUA (USGS) relatou um terremoto com magnitude de cerca de 6,8 centrado na Costa do Pacífico, cerca de 80 quilômetros ao sul de Guayaquil, a segunda maior cidade do Equador. O Instituto Oceanográfico da Marinha equatoriana informou que o sismo não reuniu as condições necessárias para gerar um tsunami.

O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, em uma transmissão à nação pela TV, disse que seu governo foi acionado com “caráter de emergência” para prestar a assistência necessária aos afetados pelo terremoto. De acordo com o governo, a maior parte das mortes ocorreu na Província de El Oro, na fronteira com o Peru.

Neste domingo, o Papa Francisco pediu orações para os familiares das vítimas e os atingidos pelo terremoto. “Um terremoto deixou mortos, feridos e custosos danos no Equador. Estou com o povo equatoriano e asseguro as minhas orações por todos os falecidos e todos os que sofrem”, disse.

Equipes de resgate e moradores observam estragos causados pelo tremor em Cuenca  Foto: Robert Puglla/EFE - 18/3/2023

Uma das vítimas era o passageiro de um veículo esmagado pelos escombros de uma casa na comunidade andina de Cuenca, segundo a Secretaria de Gestão de Riscos, agência de resposta a emergências do país sul-americano.

O sismo foi sentido no Peru. Na cidade peruana de Tumbes, na fronteira com o Equador, uma menina de 4 anos morreu após ser atingida por um tijolo na cabeça, segundo autoridades locais. As autoridades sismológicas do Peru relataram um terremoto de magnitude 7,0, mas horas depois corrigiram a medição para 6,7.

O tremor foi sentido com mais força no sul do Equador, onde pessoas apavoradas saíram às ruas. Foram registrados o colapso do antigo cais de cabotagem, danos a um iate clube e queda de linhas telefônicas e falta de eletricidade em várias partes da Província de El Oro.

Publicidade

“Além disso, o colapso da torre de câmeras SIS ECU 911 na Ilha Jambeli, cantão de Santa Rosa, registrou até agora três mortes”, disse em um comunicado das autoridades locais.

Na Província de Guayas, houve danos em edifícios e centros comerciais, bem como o desabamento da fachada de um supermercado, entre outros. Na província andina de Chimborazo, uma rodovia foi afetada após um deslizamento de terra causado pelo terremoto.

O gasoduto Esmeraldas-Quito parou momentaneamente por precaução, mas voltou a operar sem incidentes.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram pessoas reunidas nas ruas de Guayaquil e comunidades próximas. Testemunhas relataram objetos caindo dentro de suas casas.

Um vídeo postado online mostrou três âncoras de um programa de TV na sua mesa de estúdio enquanto o set tremia. Eles inicialmente tentaram acalmar a todos o tratando como um terremoto menor, mas logo saíram de frente da câmera. Um âncora indicou que o programa entraria em um intervalo comercial, enquanto outro repetia: “Meu Deus, meu Deus”.

A memória do devastador terremoto de 2016 segue no ar no Equador. Com uma magnitude de 7,8, o sismo deixou 673 mortos e destruiu localidades costeiras, com perdas próximas dos US$ 3,3 bilhões (cerca de R$ 17,3 bilhões).

“É uma magnitude relativamente alta para o que temos no país. Na área do golfo de Guayaquil, temos tido mais ou menos desde 2017 cerca de dois terremotos com magnitude superior a 5,0 por ano”, afirmou Mario Ruiz, diretor do Instituto Geofísico equatoriano, em entrevista à rádio FM Mundo.

Publicidade

Círculo de Fogo

O Equador está localizado no Cinturão do Pacífico ou Círculo de Fogo do Pacífico, que concentra algumas das mais importantes zonas de subducção do mundo, de forte atividade sísmica. Estima-se que 90% de todos os tremores registrados no mundo ocorrem nessa área.

Além do Equador, o Cinturão, em forma de ferradura, inclui países como Chile, Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Guatemala, México, Estados Unidos e Canadá.

Segundo o USGS, desde sexta-feira, foram registrados na região tremores também na Argentina (5,0), no Chile (4,6), na Bolívia (4,7), Porto Rico (3,1) e México (4,4). /AP, AFP e EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.