Meses antes de Shamsud-Din Jabbar atropelar uma multidão com um caminhão no dia de Ano Novo na cidade americana de Nova Orleans, ele andou pela área em uma bicicleta e gravou vídeos de seu alvo usando óculos com uma câmera embutida, segundo informações reveladas por investigadores no domingo, 5. Esses detalhes surgiram quando os investigadores revelaram mais sobre o motorista e o extenso planejamento por trás do ataque, que matou 14 pessoas, feriu muitas outras e deixou Nova Orleans em choque no primeiro dia de 2025.
A investigação envolveu estabelecer um registro passo a passo de seus movimentos nas horas anteriores ao ataque, que incluía carregar armas em sua caminhonete alugada e plantar dispositivos explosivos em refrigeradores perto do local do ataque, a famosa Bourbon Street, no quarteirão francês da cidade.
Uma busca muito mais ampla está tentando entender como um veterano do Exército de 42 anos com um emprego lucrativo em uma empresa de contabilidade internacional se radicalizou, alegando alinhamento com o grupo terrorista Estado Islâmico, mais conhecido como ISIS.
Os investigadores descobriram que o agressor, Shamsud-Din Jabbar, fez viagens ao Egito e ao Canadá em 2023. Mas eles disseram no domingo que ainda não tinham determinado qual papel, se houver, essas viagens podem ter desempenhado em suas crenças em evolução ou em seu planejamento para o ataque a Nova Orleans.
O ataque terminou quando Jabbar foi morto em um tiroteio com a polícia que deixou dois policiais feridos. As autoridades elogiaram a polícia por uma resposta rápida que eles creditaram por poupar a cidade de mais mortes
Jabbar expressou lealdade ao Estado Islâmico após uma transformação que deixou perplexos e preocupados aqueles que o conheciam. Ele tinha a bandeira do grupo na caminhonete Ford F-150 alugada que ele usou no ataque. Em um vídeo que gravou para sua família, ele disse: “Eu queria que vocês soubessem que eu me juntei ao ISIS no início deste ano”.
Autoria
Autoridades disseram no domingo que continuam acreditando que Jabbar agiu sozinho ao realizar o ataque, e que ainda estavam tentando determinar se ele tinha laços mais profundos com o Estado Islâmico. Ainda não está claro por que ele escolheu Nova Orleans como seu alvo.
Christopher Raia, um oficial de contraterrorismo do FBI, disse que indivíduos como Jabbar, que normalmente são radicalizados online, usam armas facilmente acessíveis e agem sozinhos ou em pequenos grupos. Segundo Raia, indivíduos com este perfil são a “maior ameaça terrorista” enfrentada pelos Estados Unidos.
“Eles são difíceis de identificar, investigar e interromper”, disse ele na entrevista coletiva no domingo.
Saiba mais
Os investigadores também estavam tentando descobrir para onde Jabbar foi e o que ele fez quando visitou Nova Orleans em novembro, a segunda visita pré-ataque da qual as autoridades têm conhecimento. A primeira visita, quando ele gravou as imagens de vídeo de uma bicicleta, ocorreu em outubro.
Segundo a investigação, ele deixou dois dispositivos explosivos improvisados em refrigeradores no local pouco antes de atropelar uma multidão na Bourbon Street na manhã de Ano Novo. Os explosivos não eram sofisticados, mas poderiam ter sido eficazes. Jabbar tinha um transmissor na picape alugada.
Um dos refrigeradores foi movido de onde Jabbar o havia colocado, disseram as autoridades, mas as pessoas que o moveram eram “visitantes desconhecidos da Bourbon Street” que não tinham nenhuma conexão com Jabbar. Ambos os dispositivos foram desativados logo após o ataque.
De acordo com a investigação, Jabbar alugou a picape semanas antes do ataque e dirigiu de sua casa no Texas até Nova Orleans, chegando na cidade na tarde de 31 de dezembro. Os investigadores encontraram materiais para fabricação de bombas em uma residência que ele havia alugado na cidade. Ele ateou fogo contra os materiais antes do atentado terrorista./com NYT
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