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Testemunhas dizem a comitê que Trump planejou marcha que terminou com invasão ao Capitólio

Trump avisou aliados com antecedência que planejava direcionar multidão para o Capitólio no dia em que local foi invadido, em 6 de janeiro de 2021

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON – O ex-presidente americano Donald Trump planejou liderar uma marcha de seus apoiadores furiosos ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, mas queria que parecesse uma decisão espontânea. A informação foi revelada por pessoas envolvidas nos planos em testemunho ao comitê parlamentar que investiga a violência da multidão que atingiu a sede do Congresso dos EUA.

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De acordo com documentos obtidos dos Arquivos Nacionais, Trump escreveu um tuíte que dizia: “Farei um grande discurso às 10h do dia 6 de janeiro na Ellipse (sul da Casa Branca). Por favor, chegue cedo, multidões enormes esperadas. Marcha para o Capitólio depois. Pare o roubo (do resultado das eleições)!!”

O tuíte nunca foi enviado, mas Trump avisou seus aliados com antecedência que seu plano era direcionar a multidão para o Capitólio. O rascunho do post foi arquivado.

Vídeo exibido pela comissão da Casa Branca mostra ex-procurador-geral americano William Barr em depoimento para os parlamentares sobre a invasão do 6 de janeiro. Imagem foi divulgada nesta terça-feira, 12 Foto: House Select Committee / AP

Depois de um telefonema em 2 de janeiro com Mark Meadows, a chefe de gabinete da Casa Branca, Katrina Pierson, ex-porta-voz de Trump que estava ajudando a organizar o comício, enviou um e-mail a outros organizadores dizendo que a expectativa do presidente era “chamar todos a marchar para o Capitólio”.

Em uma mensagem de texto de 4 de janeiro, Kylie Jane Kremer, outra organizadora do comício, disse que era importante manter o plano em segredo para evitar alertar o Serviço Nacional de Parques, que emite autorizações para manifestações em Washington.

“Isso fica apenas entre nós”, escreveu Kremer. “POTUS (presidente dos EUA) vai nos fazer marchar até lá/o Capitólio”, afirmou ela. “Isso não pode vazar, sobre a marcha, porque terei problemas com o Serviço Nacional de Parques e todas as agências, mas o POTUS vai apenas pedir, citar, ‘inesperadamente’.”

As revelações foram feitas durante a sétima audiência do comitê que está investigando o esforço de Trump para tentar anular a eleição de 2020, na qual ele foi derrotado. A marcha realizada após seu discurso culminou em uma multidão de seus apoiadores invadindo o Capitólio.

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Cai apoio para 2024

Enquanto Trump avalia se deve abrir uma campanha antecipada para a Casa Branca, uma pesquisa do New York Times/Siena College mostra que sua busca pós-presidencial para consolidar seu apoio dentro do Partido Republicano o deixou enfraquecido. Quase metade dos eleitores do partido disse estar procurando alguém diferente para presidente em 2024 e um número significativo prometeu abandoná-lo se ele ganhar a indicação.

Ao se concentrar no retorno político dentro de seu partido, em vez de cuidar das feridas abertas por suas tentativas alarmantes de se agarrar ao poder após sua derrota em 2020, Trump parece ter apenas aprofundado as falhas entre os republicanos durante sua turnê de um ano.

Uma clara maioria de eleitores primários com menos de 35 anos, 64%, bem como 65% daqueles com pelo menos um diploma universitário – um indicador importante de preferências políticas dentro da classe doadora – disseram que votariam contra Trump nas primárias presidenciais. /NYT

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