PORTO PRÍNCIPE, Haiti - Os arredores do Palácio Nacional do Haiti, localizado na capital do país, Porto Príncipe, foram palco de um intenso tiroteio na noite desta sexta-feira, 8, segundo informações da agência de notícias EFE. Tiros foram ouvidos ao redor do Palácio, em uma ampla área que vai do Champ de Mars a Nazon, Lalue, Canape-Vert e Turgeau, no coração de Porto Príncipe.
No momento, a situação está muito confusa, como se houvesse ataques em várias áreas, e algumas versões não descartam que gangues pretendam tomar o controle do Palácio Nacional. Além disso, há relatos de que o aeroporto da capital também foi alvo de tiros.
O país se encontra em estado de emergência desde o dia 4 de março, quando grupos criminosos passaram a controlar a maior parte da capital e as estradas para o restante do país, onde mantêm uma disputa violenta contra o governo do primeiro-ministro, Ariel Henry, do qual exigem renúncia. Seus ataques coordenados têm como alvo lugares estratégicos, como delegacias, o aeroporto internacional e várias prisões, de onde escaparam milhares de detentos.
A sexta-feira havia começado em aparente calma na região metropolitana de Porto Príncipe, mas a tarde também foi marcada por disparos.
O clima de tensão e violência se intensificou no fim de fevereiro, com gangues armadas atacando locais estratégicos da capital. Elas alegam que pretendem derrubar o governo de Ariel Henry, que está no poder desde 2021 e deveria ter deixado o cargo no início de fevereiro.
A violência atingiu seu auge no último sábado, quando gangues invadiram as duas principais prisões da capital, o que fez com que cerca de 4 mil detentos fugissem.
Entenda a crise
Henry está em Porto Rico após ficar alguns dias em paradeiro desconhecido.
O primeiro-ministro, a mais alta autoridade do país desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, está agora sob pressão interna e externa para favorecer uma transição que ajudaria a conter a crise aguda e a violência extrema.
O Haiti aguarda o envio de uma missão multinacional de segurança liderada pelo Quênia e aprovada pelas Nações Unidas em outubro do ano passado. /EFE
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