Ataque a tiros em boate LGBT+ deixa ao menos cinco mortos e 25 feridos no Colorado

Um homem abriu fogo na boate Club Q, em Colorado Springs, na noite de sábado quando as pessoas celebravam o Dia da Lembrança Transgênero; polícia investiga se ataque foi crime de ódio

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Pelo menos cinco pessoas morreram e 25 ficaram feridas em um ataque a tiros em uma boate LGBT+ na cidade americana de Colorado Springs, nos Estados Unidos. O atirador de 22 anos foi contido pelos próprios clientes da boate e preso pela polícia, disseram as autoridades neste domingo, 20. O ataque ocorreu quando as pessoas celebravam o Dia da Lembrança Transgênero, realizado anualmente em 20 de novembro para homenagear pessoas trans mortas em ataques violentos. A polícia investiga se foi crime de ódio.

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“É com muita dor que devo dizer que tivemos um tiroteio em um clube local esta noite”, disse a porta-voz do Departamento de Polícia de Colorado Springs, Pamela Castro. “O FBI já está no local prestando assistência”, explicou. Castro informou que a polícia recebeu uma ligação de emergência pouco antes da meia-noite de sábado, 19, informando que houve um tiroteio ativo no Club Q.

Duas armas de fogo, incluindo um fuzil longo, foram encontradas no local após o ataque, disse o chefe de polícia Adrian Vasquez. Os investigadores ainda estão determinando o motivo, e o ataque está sendo investigado para ver se chega ao nível de um crime de ódio, disse o promotor distrital do condado de El Paso, Michael Allen.

Tiroteio em boate gay deixa mortos e feridos no Colorado. Foto: AP

Os feridos, incluindo o atirador, foram levados para vários hospitais, disseram as autoridades, acrescentando que algumas pessoas também dirigiram para buscar tratamento, tornando incerto o número exato de feridos. Nem todos os ferimentos foram causados por tiros, disseram as autoridades. Dos 25 feridos, pelo menos sete estavam em estado crítico.

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A polícia identificou o atirador como Anderson Lee Aldrich, que está sob custódia e sendo tratado por ferimentos. Um homem com o mesmo nome e idade foi preso em 2021 depois que sua mãe relatou que ele a ameaçou com “uma bomba caseira, várias armas e munições”, segundo as autoridades. A polícia não confirmou se era a mesma pessoa, dizendo que estava investigando se o suspeito já havia sido preso antes.

“Pelo menos duas pessoas heroicas” confrontaram o atirador e interromperam o ataque, disse Vasquez, acrescentando: “Temos uma grande dívida de agradecimento com eles”.

Os primeiros relatórios indicam que o suspeito entrou na boate vestindo um colete à prova de balas e começou a atirar com um rifle estilo AR-15, de acordo com dois policiais informados sobre o tiroteio. Os proprietários do clube, que não estavam lá, mas analisaram o vídeo de vigilância, disseram que o atirador entrou na boate com “enorme poder de fogo”.

Agentes do FBI e outros investigadores na cena do ataque a tiros na boate Club Q neste domingo Foto: Helen H. Richardson/The Denver Post via AP

O procurador-geral americano Merrick Garland foi informado sobre o tiroteio, disse o porta-voz do Departamento de Justiça, Anthony Coley. O FBI disse que estava ajudando, mas informou que o departamento de polícia estava liderando a investigação.

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O ataque é o mais recente de uma longa história de ataques contra a comunidade LGBT+ nos Estados Unidos. O mais mortal deles ocorreu em Orlando em 2016, quando um atirador abriu fogo dentro da boate Pulse, matando 49 pessoas e ferindo mais de 50.

“Os americanos não podem e não devem tolerar o ódio”, disse o presidente Joe Biden neste domingo, depois de ouvir a notícia do ataque. Embora as motivações ainda não estejam esclarecidas, ele criticou a violência contra a comunidade LGBT+, principalmente contra mulheres transgênero não brancas.

“Lugares que deveriam ser espaços seguros de aceitação e celebração nunca deveriam se tornar locais de terror e violência. No entanto, isso acontece com muita frequência. Devemos eliminar as desigualdades que contribuem para a violência contra pessoas LGBTQI+”, declarou em nota da Casa Branca.

Motivação

Embora o motivo ainda não estivesse claro, nem as identidades das vítimas, o incidente ocorreu quando a retórica contra gays se intensificou por extremistas. Em um comunicado, o Club Q classificou o tiroteio como um ataque de ódio.

Os proprietários publicaram no Facebook que “estão devastados pelo ataque sem sentido à nossa comunidade”. “Agradecemos as rápidas reações dos heroicos clientes que subjugaram o atirador e puseram fim a este ataque odioso”, acrescentaram. O clube já havia anunciado um evento LGBT+ a partir das 20h de sábado. “Celebramos o Dia da Memória Transgênero com uma variedade de identidades e estilos de gênero”, dizia o post.

Os proprietários do Club Q publicaram no Facebook que "estão devastados pelo ataque. Foto: Reprodução/Facebook Club Q

O episódio é o sexto ataque a tiros em massa neste mês e ocorre em um ano em que o país foi abalado pela morte de 21 pessoas em um ataque em escola em Uvalde, Texas.

O governador do Colorado, Jared Polis, que se tornou o primeiro homem abertamente gay nos Estados Unidos a ser eleito governador em 2018, disse que a notícia era “doentia”.

“Meu coração se parte pela família e amigos daqueles mortos, feridos e traumatizados neste terrível tiroteio. Falei com o prefeito (John) Suthers e esclareci que todos os recursos do Estado estão disponíveis para a aplicação da lei local em Colorado Springs”, disse Polis. “O Colorado está com nossa comunidade LGTB+ e todos os afetados por esta tragédia enquanto lamentamos.”

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O evento ocorreu durante a Semana de Conscientização Transgênero e horas antes do Dia Internacional da Memória Transgênero, neste domingo, quando eventos em todo o mundo são realizados para lamentar e lembrar as pessoas trans perdidas para a violência.

O Club Q é uma boate gay e lésbica que apresenta um “Drag Diva Drag Show” aos sábados, de acordo com seu site. Além do show de drag, a página do Club Q no Facebook disse que o entretenimento planejado incluía um “show punk e alternativo” antes de uma festa dançante de aniversário, com um “brunch para todas as idades” no domingo.

A violência armada é um grande problema nos Estados Unidos, onde houve mais de 600 ataques até agora este ano, de acordo com o site Gun Violence Archive (Arquivo de Violência Armada, tradução livre). Esses eventos estão constantemente reacendendo o debate sobre o controle de armas, um tema quente no país, mas pouco progresso foi feito no Congresso nas chamadas de reforma./AFP, AP e NYT

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