WASHINGTON - Chesley Sullenberger, o piloto conhecido por pousar em segurança um avião de passageiros nas águas do Rio Hudson, em 2009, disse que o acidente aéreo em Washington reforça a necessidade de manter a vigilância, embora considere o momento “excepcionalmente seguro” na história da aviação.
“Tivemos que aprender lições importantes literalmente com sangue com muita frequência, e finalmente tínhamos superado isso para aprender com incidentes, e não com acidentes”, disse Sullenberger, conhecido como Sully, em uma entrevista.
Até a noite desta quarta-feira, os Estados Unidos não registravam um acidente fatal em voo comercial há quase 16 anos. A indústria pode ser novamente forçada a aprender com a tragédia, um avião comercial transportando 64 pessoas e um helicóptero Black Hawk do Exército colidiram nos céus, antes de mergulhar nas águas escuras e geladas do rio Potomac.
O avião, um Bombardier CRJ700, colidiu com o helicóptero ao se aproximar do Aeroporto Nacional Ronald Reagan. A poucos quilômetros do centro de Washington, esse e é considerado um dos aeroportos mais desafiadores do país para pilotar.
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O Aeroporto Reagan exige treinamento adicional para os pilotos, disse Sullenberger. O terminal, que recebe tráfego pesado e tem pistas curtas, foi construído no final da década de 1930. “Não mudou muito desde então”, disse o ex-piloto. “Claro, adicionamos tecnologia a ele. Mas muita tecnologia é antiga.”
O aeroporto pode não ter sido o único desafio para o voo 5342 da American Eagle, que havia saído do Kansas, na chegada a Washington. A descida foi à noite e sobre a água, dois fatores que podem ter tornado mais difícil evitar o helicóptero, disse Sullenberger.
“A noite sempre faz as coisas diferentes sobre ver outras aeronaves — basicamente tudo o que você pode fazer é ver as luzes nelas”, explicou o ex-piloto. “Você tem que tentar descobrir: elas estão acima ou abaixo? Ou a que distância? Ou em que direção elas estão indo? Tudo é mais difícil à noite”, ele disse.
Saiba mais
Era uma tarde ensolarada de janeiro de 2009 quando Sullenberger pousou um Airbus A320 no rio Hudson. O avião caiu pouco depois de decolar, quando um grande bando de gansos provocou falhas nos dois motores. Todos os 150 passageiros e cinco tripulantes foram resgatados com segurança das águas geladas.
No caso do acidente em Washington, as águas do rio Potomac podem ter prejudicado a visibilidade, disse Sullenberger. “Haveria menos luzes de solo visíveis sobre a água do que sobre a terra à noite”, afirmou. “Pode ter tornado um pouco mais difícil de ver”, seguiu. “Mas isso é suposição. Não sabemos.”
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, órgão de investigação independente do governo americano, disse nesta quinta-feira, 30, que estava no local do acidente e estava investigando.
Sullenberger disse que esperava que o gravador de voz da cabine, o gravador de dados de voo e os dados do radar de controle de tráfego aéreo pudessem fornecer esclarecimentos. “Estou devastado com isso”, disse ele, acrescentando: “Temos a obrigação de aprender com cada falha e melhorar.”
c.2025 The New York Times Company
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