Ministros de Johnson engrossam disputa para substituí-lo como premiê

Na segunda-feira, o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará calendário para escolher novo líder

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - Os ex-ministros britânicos da Saúde Sajid Javid e das Relações Exteriores Jeremy Hunt anunciaram neste sábado, 9, sua candidatura para suceder a Boris Johnson como líder conservador e primeiro-ministro. Johnson renunciou na quinta-feira. O anúncio foi feito após novo ministro britânico das Finanças, Nadhim Zahawi, e o ministro dos Transportes, Grant Shapps, comunicarem que também estavam entrando na disputa.

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A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, afirmou ao Mail on Sunday que também estava se colocando na disputa para se tornar a próxima líder conservadora, prometendo que defenderá “princípios conservadores clássicos”. Ela deve confirmar oficialmente sua candidatura na segunda-feira.

A revista Economist considerou, esta semana, Zahawi em primeiro lugar na fila de possíveis substitutos de Johnson. Zahawi é filho de refugiados iraquianos e foi levado ao Reino Unido aos 9 anos. Ele apoiou o Brexit e coordenou um bem-sucedido programa de vacinação, sendo considerado uma figura muito popular no partido.

Nascido no Iraque, Nadhim Zahawi chegou ao Reino Unido aos 9 anos; a revista The Economist o considera o principal candidato para substituir Boris Johnson  Foto: Daniel Leal/AFP

Outro dos favoritos, o ministro da Defesa, Ben Wallace, descartou neste sábado a possibilidade de disputar essas primárias ao indicar em sua conta no Twitter que está focado em manter a segurança do país.

Promessas de campanha

Explicando suas aspirações à mídia, Zahawi prometeu que, se eleito, cortaria impostos para as famílias e empresas, aumentaria os gastos com defesa e implementaria reformas na educação.

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Zahawi, ex-ministro da Educação, substituiu Rishi Sunak na semana passada depois que ele renunciou ao cargo de ministro da Economia em protesto contra a gestão de Johnson.

“Meu objetivo é simples: oferecer as oportunidades que foram dadas à minha geração, a todos os britânicos, quem quer que sejam e de onde venham”, acrescentou Zahawi.

O ministro dos Transportes britânico Grant Shapps também confirmou sua intenção de concorrer para líder do Partido Conservador  Foto: Tolga Akmen/EFE

Pouco antes, o ministro dos Transportes anunciou sua candidatura nas páginas do Sunday Times, em que afirmou sua intenção, caso venha a substituir Johnson, de preparar um orçamento emergencial para lidar com a inflação, que inclui cortes de impostos e subsídios para empresas com alto consumo de energia.

Ao Mail on Sunday, Truss disse que reduzirá o imposto sobre as empresas e introduzirá medidas para aliviar a crise do custo de vida.

Além de Zahawi, Shapps e Truss, Sunak comunicou suas aspirações, assim como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, a procuradora-geral Suella Braverman e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch.

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Elizabeth Truss deve confirmar oficialmente sua candidatura na segunda-feira, dia 11  Foto: Alastair Grant/AP

Regras

Na próxima segunda-feira, o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará o calendário para eleger o novo líder.

De acordo com os regulamentos atuais, os candidatos ao cargo devem declarar sua intenção de substituir Johnson, desde que tenham o apoio de pelo menos oito parlamentares conservadores. A partir de então, várias rodadas de votação começarão entre os deputados conservadores, enquanto Johnson continua a liderar o governo do Reino Unido para evitar um vácuo de poder.

Na primeira votação, os candidatos que obtiverem 5% dos votos (18 parlamentares) poderão passar ao segundo turno. Nesta segunda votação, os candidatos devem receber o apoio de 10% dos deputados (36) para irem à próxima.

Assim, os candidatos com o menor número de votos serão eliminados na votação até que restem dois, que se submeterão à aprovação de todos os membros e deputados do partido. Quando um primeiro-ministro renuncia no Reino Unido, não há eleições gerais, mas abre-se um processo para eleger um novo líder do partido que está no poder.

Johnson foi forçado a renunciar depois que mais de 50 membros de seu governo pediram demissão em protesto contra sua gestão e os escândalos dos últimos meses, incluindo festas na residência de Downing Street durante a pandemia./EFE, AP e AFP

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