CARACAS - Um tribunal da Venezuela decidiu na quarta-feira 16 enviar à prisão os 12 agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) envolvidos na detenção do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, informou uma fonte judicial.
O Sexto Tribunal de Controle de Caracas decretou a prisão preventiva dos funcionários após uma audiência em que foram acusados de "abuso de autoridade, privação ilegítima de liberdade e associação criminosa". Os investigados permanecerão na sede da Direção de Contrainteligência Militar, em Caracas, informou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
A detenção de Gauidó ocorreu no domingo passado, quando vários homens encapuzados e com fuzis interceptaram a caminhonete do presidente da Assembleia, em um subúrbio de Caracas. Guaidó seguia para Caraballeda (norte) para liderar um comício a favor de um "governo de transição" que substitua Nicolás Maduro. O congressista, libertado após uma hora, acusou o governo, mas Maduro negou envolvimento e classificou o episódio como um golpe de mídia produzido entre opositores e agentes de inteligência corruptos.
Liderado por Guaidó, o Parlamento declarou Maduro "usurpador" da presidência, prometeu "anistia" a militares que não o reconhecerem e pediu à comunidade internacional para congelar ativos e contas da Venezuela. Como parte de sua estratégia, ele convocou manifestações para 23 de janeiro em apoio a um "governo de transição", o que levou aos chavistas a chamar uma contramanifestação, na primeira grande queda de braço nas ruas desde os protestos que deixaram 125 mortos entre abril e agosto de 2017.
Uma das jovens lideranças do partido Vontade Popular, fundado por Leopoldo López, em prisão domiciliar, Guaidó é considerado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como presidente interino da Venezuela por não reconhecer, junto a outros países, como o Brasil, o segundo mandato do presidente Nicolás Maduro, que tomou posse no começo deste ano. / AFP
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