O Tribunal de Apelações da Geórgia suspendeu nesta quarta-feira, 5, o caso de interferência eleitoral criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump enquanto analisa se a promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, permanece ou não no caso.
Trump apelou de uma ordem do juiz do tribunal superior do condado de Fulton, Scott McAfee, que se recusou a desqualificar Willis após revelações sobre um relacionamento romântico dela com o promotor especial escolhido. Na decisão de hoje, o caso fica suspenso até que esse recurso de Trump seja julgado. Com isso, o caso de interferência eleitoral na Flórida não deve ser julgado antes da eleição.
Trump já foi condenado por fraude ao esconder o suborno à atriz pornô Stormy Daniels, com o objetivo de influenciar nas eleições de 2016. Ele responde a outros dois casos federais, que também devem ficar para depois da eleição.
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Em agosto do ano passado, um grande júri do condado de Fulton indiciou Trump e outras 18 pessoas, acusando-os de participar de um amplo esquema para tentar anular ilegalmente as eleições presidenciais de 2020 no Estado da Geórgia, nos Estados Unidos. Quatro réus se declararam culpados depois de chegarem a acordos com os promotores, mas Trump e demais afirmaram ser inocentes. Este é um dos quatro processos criminais contra Trump.
Trump e outros réus tentaram retirar Willis do caso, argumentando que um relacionamento que ela teve com o promotor especial Nathan Wade criou um conflito de interesses. O juiz Scott McAfee concluiu em março que não existia nenhum conflito de interesses que deveria forçar a promotora a abandonar o caso, mas atendeu a um pedido de Trump e dos outros réus para buscar um recurso de sua decisão no Tribunal de Apelações do Estado.
McAfee disse que “perguntas razoáveis” sobre se Willis e Wade testemunharam com veracidade sobre o momento de seu relacionamento “reforçam ainda mais a constatação de uma aparência de impropriedade e a necessidade de fazer esforços proporcionais para corrigi-la.” Ele disse que Willis poderia permanecer no caso apenas se Wade saísse, e o promotor especial apresentou sua renúncia algumas horas depois.
Mais cedo nesta semana, na segunda-feira, 3, o tribunal de apelações incluiu no registro os recursos apresentados por Trump e mais oito pessoas e disse que “se a argumentação oral for solicitada e concedida” ela está, preliminarmente, agendada para 4 de outubro. O tribunal então terá até meados de março para decidir, e a parte que perder poderá recorrer ao Supremo Tribunal da Geórgia.
Embora já fosse improvável que o caso fosse a julgamento antes das eleições de novembro, quando se espera que Trump seja o candidato republicano à presidência, a suspensão deverá gerar um novo atraso na ida à corte. /Associated Press.
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