PUBLICIDADE

Tribunal de Haia rejeita reivindicações chinesas sobre Mar da China e decide à favor das Filipinas

Juízes consideraram que ‘não há base legal’ para Pequim reivindicar direitos históricos sobre recursos da áreas correspondentes à região do mar rica em recursos minerais, de energia e pesca

PUBLICIDADE

Atualização:

AMSTERDÃ - Juízes de um tribunal arbitral em Haia rejeitaram nesta terça-feira, 12, as reivindicações chinesas de direitos econômicos sobre amplas partes do Mar do Sul da China, em uma decisão que será comemorada como uma vitória pelas Filipinas.

"Não há base legal para a China reivindicar direitos históricos para recursos das áreas marítimas que ficam dentro da 'nine-dash line'", informou a corte, se referindo à linha de demarcação em um mapa de 1947 do mar, que é rico em recursos minerais, de energia e pesca.

Vietnamitas - que apoiavam as Filipinas -celebram decisão sobre Mar do Sul da China e seguram cartazes com a frase "China: pare com as reclamações ilegais" Foto: AP Photo/Bullit Marquez

PUBLICIDADE

Na decisão de 497 páginas, juízes também expressaram que patrulhas das forças da lei da China arriscaram colidir com barcos de pesca das Filipinas em partes do mar e causaram danos irreversíveis a recifes de corais com construções.

A Corte deu razão a Manila, que em janeiro de 2013 denunciou Pequim perante o Tribunal por ter começado a ocupar áreas do mar da China Meridional, que as Filipinas consideram parte de sua zona econômica exclusiva. A decisão foi revelada após três anos de um procedimento judicial no qual Pequim se negou categoricamente a participar.

O governo das Filipinas elogiou a decisão do Tribunal, mas pediu "moderação e sobriedade". Já Pequim qualificou a decisão de "naturalmente nula e não vinculativa" e garantiu que o país "nem aceita e nem reconhece".

Segundo Pequim, a decisão das Filipinas de iniciar o processo de forma "unilateral" foi "de má fé", e mostra que "não pretendia resolver as disputas, ou manter a paz e a estabilidade no mar da China Meridional, mas negar aos chineses sua soberania territorial e seus direitos e interesses marítimos".

O Tribunal concluiu, além disso, que a China violou a soberania das Filipinas na zona econômica exclusiva que se estende até 200 milhas náuticas em torno das ilhas. Registros históricos mostram que o arquipélago foi utilizado historicamente por pequenos grupos de pescadores chineses e de outros países, mas considerou que o uso temporário não constitui um assentamento por parte de uma comunidade estável. / Reuters e EFE

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.