WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira o FBI e o departamento de Justiça de terem politizado as investigações a favor do Partido Democrata.
+ Com discurso, presidente americano tenta se recompor
"Os mais altos dirigentes do FBI e do departamento de Justiça politizaram o sagrado processo de investigação a favor dos democratas e contra os republicanos", tuitou Trump, sem definir a que época fazia referência. "Isso teria sido impensável há pouco tempo", acrescentou, elogiando, no entanto, o trabalho de agentes que são "fantásticos".
Trump citou o atual secretário de Justiça, Jeff Sessions, bem como o atual diretor do FBI, Christopher Wray, que substituiu James Comey, demitido abruptamente pelo presidente. O presidente não ofereceu provas do suposto favorecimento.
+ Escritório de migração dos EUA autoriza prisão de pessoas sem documentos em tribunais
Essa declaração aberta contra funcionários do FBI, muito rara por parte de um presidente dos Estados Unidos, se produz em um momento em que Trump se prepara para autorizar a publicação de um memorando confidencial redigido por um polêmico legislador republicano para constranger o FBI. O diretor do FBI já indicou claramente que não era favorável a essa publicação.
O memorando - inédito - foi elaborado pelo polêmico chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, o republicano Devin Nunes, contra a opinião dos membros democratas de sua comissão e a partir de informações secretas. Esse relatório baseia-se nas escutas que o FBI realizou de um membro da equipe de campanha eleitoral de Trump em 2016, no marco geral das investigações sobre a alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais daquele ano.
+ Principal diplomata de carreira do Departamento de Estado deixa governo Trump
Nunes pediu permissão ao presidente para tornar o documento público, mas o gesto imediatamente desencadeou uma verdadeira tempestade política na capital americana, a ponto de o próprio FBI pedir publicamente que o memorando fosse mantido em sigilo./ AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.