Trump anuncia normalização de laços econômicos entre Sérvia e Kosovo

Reconhecimento mútuo acontece após negociações mediadas pelos EUA; Sérvia transferirá sua embaixada de Tel Avi para Jerusalém

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 4, que a Sérvia e o Kosovo normalizaram os laços econômicos após negociações mediadas pelos Estados Unidos. As negociações mediadas pelo americano incluíram também a transferência da Embaixada da Sérvia atualmente em Tel Aviv para Jerusalém e o reconhecimento mútuo entre Israel e Kosovo. 

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O anúncio proporciona ao governo Trump uma vitória diplomática antes da eleição presidencial de 3 de novembro e reforça o esforço de seu governo para melhorar a posição internacional de Israel. 

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti, concordaram em cooperar em uma série de frentes econômicas para atrair investimentos e criar empregos. “Tenho o prazer de anunciar um compromisso verdadeiramente histórico”, disse Trump no Salão Oval, ao lado dos dois líderes. “Após uma história violenta e trágica e anos de negociações fracassadas, meu governo propôs uma nova forma de reduzir a divisão”, declarou. 

O presidente dos EUA, Donald Trump,fez anúncio ao lado do presidente sérvio Aleksandar Vucic e do primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti Foto: Anna Moneymaker/Pool

Kosovo declarou sua independência da Sérvia em fevereiro de 2008, nove anos após a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ter conduzido uma campanha de 78 dias de  bombardeio aéreo para cessar a violência do autoritário regime de Slobodan Milosevic contra a população albanesa de Kosovo. Os EUA lideraram esses bombardeios e são o principal apoiador da independência de Kosovo, aceita por mais de 100 países. No entanto, Belgrado não reconhece essa saída. 

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A decisão da Sérvia de mudar sua embaixada para Jerusalém é um aceno para Israel e Estados Unidos. A administração Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel no fim de 2017 e transferiu a Embaixada dos EUA para lá em maio de 2018. O governo americano encorajou outros países a fazerem o mesmo, mas foi amplamente criticado por palestinos e europeus.

Tradicionalmente, a maioria das missões diplomáticas em Israel tem sede em Tel Aviv, e os países permanecem neutros na disputada cidade de Jerusalém. 

Em uma rara declaração emitida após o início do sábado judaico, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, agradeceu ao presidente da Sérvia por transferir a embaixada para Jerusalém. Ele confirmou que Israel e Kosovo estabelecerão relações diplomáticas e disse que Kosovo também abrirá sua embaixada em Jerusalém.

“Kosovo será o primeiro país de maioria muçulmana a abrir uma embaixada em Jerusalém”, disse Netanyahu. “Como eu disse nos últimos dias, o círculo de paz e reconhecimento de Israel está se ampliando e espera-se que outros países sejam acrescentados”. Quatro países reconhecem a contestada Jerusalém como capital de Israel. 

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Pouco depois dos anúncios de Netanyahu, o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat, reagiu no Twitter assegurando que "a Palestina se tornou uma vítima das ambições eleitorais de Trump". "Ele fará de tudo para garantir sua reeleição, não importa se isso destrói a paz", escreveu Erakat.

O status de Jerusalém é de fato uma das questões mais espinhosas para a resolução do conflito israelense-palestino.  A ONU considera que a questão deve ser objeto de um acordo entre israelenses e palestinos, e que os países não devem estabelecer suas representações diplomáticas em Israel em Jerusalém. 

A decisão da Sérvia é anunciada menos de um mês depois de os Emirados Árabes Unidos e Israel anunciarem um acordo para normalizar as relações, favorecido também pela intervenção dos Estados Unidos.

O acordo, que deve ser assinado na Casa Branca nas próximas semanas, será o primeiro entre Israel e uma nação do Golfo e o terceiro entre Israel e um país árabe – os outros dois foram firmados com os vizinhos Egito, em 1979, e Jordânia, em 1994./AP e AFP

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