Com temores de protestos violentos similares ao da invasão no Capitólio, no dia 6 de janeiro de 2021, a cidade de Nova York convocou um forte operativo de segurança para se preparar para o fichamento do ex-presidente Donald Trump nesta terça-feira, 4, no processo que ele responde por subornar a atriz pornô Stormy Daniels com verbas não declaradas de campanha na disputa pela Casa Branca em 2016.
Trump comparece à Justiça Estadual na terça-feira, 4, quando deve fornecer suas impressões digitais, fotografia e dados pessoais ao processo. Ele chegou com discrição no fim da tarde desta segunda-feira, 3, à Trump Tower, em Manhattan, e acenou a apoiadores que o aguardavam no local.
Depois da audiência de custódia, o ex-presidente deve ser liberado e voltar a Mar-a-Lago, na Flórida, onde deve fazer um pronunciamento. Os próximos passos do processo incluem uma série de audiências preliminares, nas quais o juiz do caso deve ouvir as argumentações da defesa.
Caso isso não ocorra, Trump deverá, em outra audiência, declarar-se culpado ou inocente e se preparar para o julgamento. Além disso, a procuradoria pode remover o sigilo de Justiça do caso e divulgar todas as acusações que pesam contra o réu.
Mobilização policial
O departamento de polícia de Nova York acionou todos os funcionários na sexta-feira, dia seguinte ao indiciamento. São cerca de 36 mil oficiais e 19 mil funcionários civis para conter possíveis protestos e conflitos entre apoiadores e opositores.
Assim, a famosa Quinta Avenida foi tomada por grades de segurança que alteraram o seu entorno, que é uma das zonas mais turísticas da cidade. A Trump Tower amanheceu nesta segunda-feira cercada por jornalistas, policiais e curiosos, todos esperando a chegada de Trump, que deixou sua residência em Mar-a-Lago na Flórida por volta das 13h do horário local.
Membros do movimento MAGA (Make America Great Again) e civis também estavam no local com bandeiras e cartazes com críticas ao procurador de Manhattan Alvin Bragg, responsável pela denúncia do ex-presidente. Uma das presentes, Susan Muiller, segurava um cartaz ridicularizando a imagem de Bragg, um homem de corpo gordo, com piadas sobre o seu peso.
Outro apoiador presente era o americano Alan Gotlieb, que se queixou do indiciamento contra Trump enquanto ladrões de Nova York “não são presos por praticamente nada”. “E eu ouvi, não sei se é verdade, que vão colocar uma mordaça nele”, disse, em uma demonstração dos boatos que circulam entre trumpistas.
Para John Mac Wigan, que é de Nova Jersey e vestia uma camiseta com a frase “Gays for Trump”, disse à reportagem que a fama de homofóbico, racista e misógino do ex-presidente não passa de uma armação midiática.
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