CHICAGO - O principal candidato à nomeação republicana para as eleições presidenciais dos EUA, Donald Trump, culpou, neste sábado, 12, os seguidores do pré-candidato democrata Bernie Sanders pelos protestos que o obrigaram a cancelar um comício, em Chicago, chamando o senador de Vermont de "nosso amigo comunista".
Trump, que participou neste sábado de atos em Ohio e Missouri, cancelou o evento em Chicago na sexta-feira após conflitos entre manifestantes e seguidores do empresário.
A caótica situação de sexta-feira em Chicago aconteceu depois de uma série recente de incidentes de violência nos comícios de Trump, onde manifestantes e jornalistas foram atingidos, agarrados e expulsos dos atos, causando preocupação com relação à segurança para as eleições de 8 de novembro.
"De repente, surgiu um ataque planejado do nada", afirmou Trump, em um evento em Dayton, Ohio, na manhã de sábado, qualificando os líderes do protesto de "profissionais".
Assegurou que seus próprios seguidores "foram alvo de provocações, foram perseguidos por essa gente, alguns dos quais, certamente, representavam Bernie, nosso amigo comunista". "Agora, falando sério, Bernie deveria dizer a seus seguidores (...) deveria se levantar e dizer a eles 'parem', 'parem'", acrescentou.
Em entrevista coletiva no fim da noite de sexta-feira, o superintendente da polícia de Chicago, John Escalante, confirmou as cinco detenções: duas delas realizadas pela polícia de Chicago e outras duas pelos agentes do campus da Universidade de Illinois, onde o comício seria realizado.
A quinta detenção foi a do jornalista do canal CBS News, Sopan Deb, que foi preso por motivos ainda desconhecidos pela polícia estadual de Illinois.
Dois policiais ficaram feridos, mas sem gravidade, um deles ao ser atingido por uma garrafa na cabeça.
Reações. Os adversários de Trump na disputa republicana reagiram ao ocorrido. O senador Ted Cruz rotulou os incidentes de "consequência previsível" da retórica do empresário e de seus posicionamentos a respeito dos manifestantes.
Já o senador Marco Rubio emitiu um comunicado no qual vinculou o sucedido à "divisão criada durante oito anos" pelo presidente Barack Obama entre "os que têm e os que não, entre linhas raciais, étnicas e de gênero para ganhar as eleições".
Rubio também criticou o fato de Trump ter sido privado de sua liberdade de expressão e acusou "a esquerda" de ter a convicção que, "se não você gosta do que alguém diz, tem o direito de calá-lo, como ocorre em muitos campus universitários ao longo dos EUA". /REUTERS e EFE
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