WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira, 1º, estar considerando uma quarentena ou bloqueio contra a Venezuela, à medida que Washington eleva a pressão para que Nicolás Maduro deixe o poder.
Trump não elaborou ou explicou quando ou como um bloqueio poderia ser imposto ao país, já que sua administração, até agora, tem se focado em exercer pressão econômica e diplomática contra Maduro enquanto evita abordar qualquer tipo de ação militar.
Quando questionado por um repórter se ele estava considerando tal medida devido ao grande envolvimento da China e do Irã na Venezuela, Trump respondeu: "Sim, eu estou", sem dar detalhes.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente ao pedido para comentar. Os EUA e a maioria dos países ocidentais reconhecem o líder político opositor Juan Guaidó como presidente da Venezuela desde que ele se autoproclamou presidente interino, em janeiro.
O governo Trump tem aplicado cada vez mais uma série de sanções à Venezuela para pressionar Maduro a renunciar e anteriormente recusou-se a descartar a possibilidade de tomar ações militares. Mas autoridades dos EUA deixaram claro que estão concentradas em medidas econômicas e diplomáticas e não mostraram sinais significativos de assumir opções militares.
Os aliados latino-americanos de Washington também alertaram contra uma possível intervenção militar dos EUA. Rússia, China e Irã expressaram apoio a Maduro e o Kremlin enviou um pequeno número de tropas para o país sul-americano.
Incursão aérea
Ainda nesta quinta-feira, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) denunciou uma nova incursão aérea dos EUA na Venezuela e acusou Washington de querer criar um “incidente”.
O governo Maduro denunciou no dia 22 que um avião espião americano fez uma incursão no espaço aéreo venezuelano, em meio à troca de acusações dos dois países por um episódio similar ocorrido no corredor aéreo da região de Maiquetía.
Três dias antes, segundo a versão do governo venezuelano, um caça Sukhoi SU-30, de fabricação russa, interceptou e expulsou dos céus da Venezuela uma aeronave americana. / REUTERS e EFE
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