Trump é condenado a pagar R$ 410 milhões por difamação a escritora que o acusa de estupro

Nas redes sociais, ex-presidente criticou o veredito: ‘absolutamente ridículo’

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O ex-presidente Donald Trump foi condenado nesta sexta-feira, 26, a pagar mais US$ 83 milhões, o equivalente a cerca de R$ 410 milhões, a jornalista E. Jean Carroll que o acusou de estupro e, posteriormente, difamação. Ela afirma que o líder republicano prejudicou a sua imagem e reputação por chamá-la de mentirosa ao negar a agressão sexual.

PUBLICIDADE

Antes do veredito, Trump deixou o tribunal de forma abrupta enquanto a defesa da escritora se manifestava e não ouviu a argumentação final dos próprios advogados. Nas redes sociais, ele criticou o veredito: “absolutamente ridículo”, escreveu.

Essa foi a segunda vez em menos de um ano que a Justiça decidiu sobre a alegação de Carroll de que Trump a estuprou em uma loja de departamentos na cidade de Nova York em 1996. No primeiro veredito, em maio, ele foi considerado responsável pelo abuso sexual e condenado a pagar US$ 5 milhões (R$ 24,6 milhões) em indenização. O líder republicano recorreu.

E. Jean Carroll deixa Corte em Nova York  Foto: MICHAEL M. SANTIAGO / Getty Images via AFP

Agora, o julgamento foi motivado por declarações de Trump sobre Carroll. Ele ainda era presidente dos Estados Unidos quando foi questionado por repórteres sobre a acusação de estupro depois que trechos do livro de memórias da escritora se tornaram públicos e a chamou de mentirosa.

A defesa de Carroll pediu ao júri um punição rígida o suficiente para que Trump parasse com as declarações públicas contra a escritora. A compensação por danos solicitada era de US$ 24 milhões.

Publicidade

O júri, formado por sete homens e duas mulheres, deliberou por cerca de três horas e, por fim, decidiu por uma indenização maior que havia sido pedida. Eles concluíram que Trump agiu de maneira “maliciosa, por ódio, má vontade, rancor, vingança” contra Carroll. E que ela sofreu mais do que “danos nominais”.

A escritora saiu do o tribunal federal de Manhattan, em Nova York, sorridente e não falou com a imprensa.

Reprodução do momento em que Trump deixou o tribunal em Nova York. Foto: Elizabeth Williams/ AP

Trump não compareceu no primeiro julgamento. Mais tarde, expressou arrependimento pela ausência e insistiu em testemunhar agora, embora o juiz tenha limitado o que ele poderia dizer sob o argumento de que o líder republicano havia perdido a oportunidade de argumentar que era inocente. O ex-presidente balançava a cabeça negativamente enquanto a defesa de Carroll falava e abandonou o julgamento antes do veredito.

Donald Trump tem negado todas as acusações e afirma sem provas que seria vítima de uma perseguição ou “caça às bruxas”, como costuma dizer. “Discordo completamente de ambos os vereditos e irei recorrer a toda essa Caça às Bruxas Dirigida por Biden focada em mim e no Partido Republicano. Nosso Sistema Legal está fora de controle e está sendo usado como uma Arma Política”, escreveu o líder republicano na sua rede, a Truth Social.

Apesar da série de problemas que acumula na Justiça, Trump está a caminho de mais uma nomeação para representar o partido Republicano na corrida à Casa Branca. Ele venceu as prévias em Iowa e New Hampshire./ Com AP e AFP

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.