Trump e Kamala aparecem em empate técnico nos sete Estados decisivos na eleição dos EUA

A duas semanas das eleições, pesquisa mostra republicano com mais força no Arizona e democrata à frente na Geórgia; margem de erro causa empate técnico

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Por Redação
Atualização:

A vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump estão empatados nos sete Estados decisivos para a eleição presidencial dos Estados Unidos, mostrou a pesquisa do The Washington Post em parceria com o instituto Schar School nesta segunda-feira, 21. A duas semanas das eleições, os dois aparecem com 47% de intenções de voto entre os eleitores que decidiram em quem votar, considerando a média dos Estados. Entre os indecisos, Kamala tem 49% das intenções de voto, e Trump, 48%.

A pesquisa foi realizada na primeira quinzena de outubro com mais de 5 mil eleitores registrados nos chamados swing-states, que a cada eleição, ao contrário dos outros Estados dos EUA, alternam entre eleger democratas e republicanos. São eles: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.

Imagem mostra Donald Trump e Kamala Harris, candidato republicano e democrata, respectivamente, durante debate presidencial da ABC News em setembro. Candidatos aparecem empatados em 'swing-states' a duas semanas das eleições Foto: Alex Brandon/AP

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Comparada a uma pesquisa anterior do mesmo instituto feita no primeiro semestre, o percentual de eleitores a favor de Donald Trump permanece inalterado. O republicano também apareceu com 48% na ocasião. A diferença está entre os democratas. Kamala Harris cresceu em comparação a Joe Biden, que era o candidato na pesquisa anterior e tinha 41% das intenções de voto.

Além de focar nos Estados decisivos, a pesquisa também se concentra em um grupo considerável de eleitores indecisos, cujo histórico de votação deixa em aberto se irão às urnas nas próximas semanas. Eles podem ser decisivos no cenário de empate técnico entre a maioria do eleitorado que está com o voto decidido.

Veja as intenções de voto nos Estados decisivos:

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  • Arizona: Kamala Harris 46%; Donald Trump, 49%. (Margem de erro: 5%)
  • Geórgia: Kamala Harris 51%; Donald Trump, 47%. (Margem de erro: 4,5%)
  • Michigan: Kamala Harris 49%; Donald Trump, 47%. (Margem de erro: 4,6%)
  • Nevada: Kamala Harris 48%; Donald Trump, 48%. (Margem de erro: 4,8%)
  • Carolina do Norte: Kamala Harris 47%; Donald Trump, 50%. (Margem de erro: 3,9%)
  • Pensilvânia: Kamala Harris 49%; Donald Trump, 47%. (Margem de erro: 4,6%)
  • Wisconsin: Kamala Harris 50%; Donald Trump, 47%. (Margem de erro: 4,6%)

Fonte: The Washington Post-Schar Scholl

Os resultados da nova pesquisa mostram mudanças entre o grupo de eleitores indecisos, comparados à realizada no primeiro semestre. Cerca de 75% dos eleitores dos swing-states dizem que votarão em Kamala ou Trump. No primeiro semestre, apenas 58% dos eleitores haviam decidido em quem votar. Os indecisos passaram de 42% para 26%.

Entre os indecisos, 43% dos jovens de 18 a 25 anos não escolheram um candidato, uma parcela maior do que qualquer outra faixa etária. Os eleitores não-brancos também são mais indecisos que os brancos, com 34% da parcela não-branca indecisa contra 23% dos brancos.

Cenário por Estado-chave

Donald Trump aparece com mais força no Arizona, onde tem uma vantagem de seis pontos percentuais com relação a Kamala Harris entre os eleitores que disseram que com certeza votarão. Considerando prováveis eleitores, a vantagem cai para três. Os dois ficam em empate técnico, com a margem de erro de 5% para mais ou para menos.

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Na Carolina do Norte, Kamala e Trump aparecem empatados tecnicamente. Considerando a margem de erro de 3,9%, a democrata tem 47%, ante 50% do republicano. O resultado repete uma pesquisa anterior do Washington Post realizada em setembro, mas contraria uma pesquisa recente da Quinnipiac que põe a vice-presidente numericamente à frente.

Kamala Harris aparece com mais força na Geórgia, onde tem uma vantagem de seis pontos percentuais entre eleitores que irão às urnas. A vantagem cai para quatro pontos considerando os indecisos, que não sabem se votarão, e a deixa empatada com Trump na margem de erro, de 4,5% para mais ou para menos. A democrata também aparece levemente à frente de Trump em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

No sétimo estado-chave, Nevada, Kamala e Trump aparecem está empatados no cenário com os indecisos (prováveis eleitores). Entre os que decidiram o voto, Kamala tem três pontos a mais que Trump.

No geral, 37% dos eleitores registrados nos sete Estados dizem que definitivamente votarão em Kamala Harris e outros 37%, em Trump. Uma parcela de 10% diz que provavelmente vai votar em Kamala, e outros 10%, em Trump.

O apoio definitivo à candidatura democrata aumentou em relação à pesquisa realizada no primeiro semestre, quando Joe Biden possuía 26%. Trump também cresceu nessa parcela do eleitorado, de 31% para 37%.

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Indecisos e rejeição

A amostra da pesquisa também inclui alguns eleitores que foram entrevistados no primeiro semestre e que disseram que não tinham escolhido o candidato. Cerca de metade destes (46%) passou a apoiar definitivamente um dos dois candidatos, com a mudança mais a favor de Kamala do que para Trump.

Os indecisos afirmam que é improvável votarem em Kamala ou Trump. A maioria afirma que se os dois forem os únicos candidatos na cédula (há Estados que possuem outros candidatos, de um terceiro partido ou independente), não irão votar. A maioria desses eleitores tende a ser jovem, não-branco e não costumam se identificar com um partido.

Entre os eleitores que votaram em apenas uma das duas últimas eleições (2016 e 2020), 78% afirmam que vão votar este ano. Eles se dividem igualmente entre Trump e Kamala, com 47% para o republicano e 46% para a democrata. Os que compareceram às urnas nas duas últimas eleições dão leve preferência a Kamala Harris: 49%, contra 47% de Trump.

A pesquisa destaca como os dois candidatos dependem dos indecisos. Apenas 13% dos eleitores que estão propensos a votar na democrata disseram que iriam de fato ficar entusiasmados com sua vitória, contra 11% de Trump. Cerca de 4 a cada 10 pessoas dizem que se sentiriam chateadas se o outro candidato vencesse.