Trump é multado em R$ 46 mil por ataques a testemunhas em julgamento do caso Stormy Daniels

Promotores acusaram ex-presidente de desacato em pelo menos dez declarações públicas; juiz disse que ele pode ser preso caso violações se repitam

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Por Redação
Atualização:

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi multado em US$ 9 mil (R$ 46 mil) nesta terça-feira, 30, por violar nove vezes a ordem de silêncio que o proíbe de fazer ataques a testemunhas, jurados e outras pessoas ligadas a seu julgamento. A multa foi aplicada pelo juiz Juan Merchan, que supervisiona o processo em que Trump é acusado de comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.

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A decisão cita ainda que Trump pode ser preso caso as violações se repitam. A decisão do juiz foi, até o momento, o ponto mais crítico da relação do tribunal e o ex-presidente, que esteve no julgamento todos os dias, embora não tenha recebido atenção principal.

Os promotores do caso o acusaram de desacato e listaram 10 declarações públicas, incluindo nas redes sociais, com o argumento de que elas representam uma “ameaça” ao julgamento, que chegou a terceira semana. O juiz considerou que Trump violou a ordem de silêncio em nove delas e determinou que elas devem ser removidas da Truth Social ainda nesta terça.

Imagem mostra o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, durante o julgamento no caso Stormy Daniels, no Tribunal de Manhattan, Nova York Foto: Victor Blue/AFP

Na decisão, o juiz rejeitou as alegações da defesa de Trump, que argumentou que ele se limitou a republicar mensagens de outras pessoas e que agiu em resposta a ataques políticos de duas potenciais testemunhas do caso: Michael Cohen, acusado de ter mediado o pagamento a atriz, e Daniels. Os dois foram chamados de “safados” por Trump em uma publicação em sua rede social no dia 14 de abril, véspera do primeiro dia do julgamento.

As outras acusações incluem uma republicação das declarações de Jesse Watters, comentarista do canal conservador Fox News, que alegou que havia “ativistas progressistas infiltrados” no júri que vai definir a sentença. No dia seguinte, uma candidata ao júri desistiu por medo de ser reconhecida.

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Para evitar intimidações e assédio, o juiz decretou o anonimato dos integrantes do júri e dos suplentes, que respondem apenas por um número. Trump considera que as proibições são um ataque contra sua liberdade de campanha eleitoral e as classifica como injustas.

Os promotores alertaram o juiz sobre quatro novas violações potenciais. Esses não foram contemplados pela decisão desta terça e serão discutidos em outra audiência, que será realizada na manhã de quinta-feira.

O julgamento

Logo após a multa, os promotores retomaram o interrogatório de Gary Farro, um banqueiro que ajudou o mediador de Trump, Cohen, a abrir a conta utilizada para pagar Daniels e comprar o silêncio dela sobre um encontro sexual que ela teve com o ex-presidente. Os advogados de Trump irão interrogar Farro depois que os promotores terminarem o interrogatório.

Trump é acusado de falsificar registros para encobrir o pagamento secreto feito a Daniels. O pagamento feito por Cohen foi no valor de US$ 130 mil (R$ 672 mil).

Após o interrogatório de Farro, os promotores devem se aprofundar na forma que o ex-presidente utilizou para ocultar o dinheiro. Uma testemunha em potencial envolvida é Keith Davidson, o advogado de Stormy Daniels que negociou o pagamento com Cohen.

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Trump se declarou inocente e negou ter tido relações sexuais com a atriz. Se condenado, ele poderá enfrentar liberdade condicional ou até quatro anos de prisão, mas isso não o impede de ser candidato nas eleições este ano. /NYT, AP

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