Dois dias após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor amplas tarifas ao Canadá e ao México como parte de seu esforço para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas, ele afirmou ter conversado com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e disse que ela “concordou em parar a migração pelo México”.
Em uma publicação em sua conta na rede Truth Social na noite desta quarta-feira, 27, Trump declarou que isso seria “efetivamente fechar nossa fronteira sul”. Ele chamou a conversa de “muito produtiva!”.
A presidente mexicana, por sua vez, confirmou que conversou com Trump, chamando o diálogo de uma “excelente conversa”, mas rebateu as afirmações de Trump sobre o fechamento de fronteiras, afirmando que a posição do México é “ de não fechar".
A Trump “expliquei a estratégia abrangente que o México tem seguido para enfrentar o fenómeno migratório (…) Reiteramos que a posição do México não é fechar fronteiras, mas construir pontes entre governos e entre povos”, escreveu Sheinbaum nas redes sociais.
“Também falamos sobre reforçar a cooperação em questões de segurança, dentro do marco de nossa soberania, e sobre a campanha que estamos conduzindo para prevenir o consumo de fentanil.”
Ainda não está claro qual será o impacto dessa conversa nos planos de Trump de impor tarifas. Na segunda-feira, 25, Trump anunciou que pretende aplicar uma tarifa de 25% sobre todos os produtos que entrarem nos Estados Unidos vindos do Canadá e do México como uma de suas primeiras ordens executivas ao assumir o cargo em 20 de janeiro.
O governo mexicano declarou hoje que os Estados Unidos dariam “um tiro no pé” com essas tarifas. “O impacto sobre as empresas é enorme. Seriam perdidos cerca de 400 mil empregos” nos Estados Unidos, apontou o secretário de Economia, Marcelo Ebrard, a partir de um cálculo do seu gabinete baseado em números de empresas automotivas daquele país que operam no México./AFP e AP.
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