Trump e Zelenski se encontram em Nova York após críticas do republicano à guerra na Ucrânia

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, disse que foi ‘uma honra’ se encontrar com o ucraniano e que previa um ‘acordo justo e rápido’ para encerrar a guerra

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, se encontrou com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta sexta-feira, 27, abrindo um novo capítulo de um relacionamento tenso entre os dois, marcado pelo ceticismo do republicano sobre a ajuda financeira e militar que Washington fornece a Kiev desde o início da guerra na Ucrânia.

PUBLICIDADE

Trump apontou que foi uma “honra” se encontrar com Zelenski. Antes da reunião começar, ele havia dito que tem ótimas relações com o presidente ucraniano e também tem boas relações com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A reunião foi a primeira entre os dois desde 2019 e aconteceu na reta final da campanha eleitoral americana. O Partido Democrata, de Kamala Harris, apoia a ajuda americana à Ucrânia, enquanto o Partido Republicano se mostra cada vez mais reticente a enviar um pacote econômico para Kiev.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se encontra com o ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, em Nova York  Foto: Alex Kent/AFP

Após o término do encontro, Trump disse que previa um “acordo muito justo e bastante rápido” para encerrar a guerra se ele vencer em novembro, mas não ofereceu detalhes específicos.

Publicidade

“Isso deve parar e o presidente Zelenski quer que pare e tenho certeza de que o presidente Putin também quer que pare”, apontou o ex-presidente americano. O líder ucraniano disse que o presidente russo precisa ser pressionado para que a guerra possa acabar e enfatizou que a Rússia está no território que é da Ucrânia.

Reunião

A reunião durou cerca de 40 minutos e Trump estava acompanhado por seus co-coordenadores de campanha Susie Wiles e Chris LaCivita. Richard Grenell, ex-diretor interino de inteligência nacional no governo Trump também estava presente. Grenell é visto como um possível futuro secretário de Estado em uma nova administração Trump.

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o republicano apontou que Zelenski pediu para se encontrar com ele. Trump disse que poderia intermediar um acordo entre Zelenski e Putin “muito rapidamente”, mas se recusou a fornecer detalhes sobre o que esse acordo implicaria.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se encontra com o ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, em Nova York, Estados Unidos  Foto: Alex Kent/AFP

A Ucrânia teme que Trump queira forçar Kiev a ceder parte de seu território para que um acordo seja feito. No início desta semana, Trump criticou duramente Zelenski. “Continuamos a dar bilhões de dólares a um homem que se recusa a fazer um acordo”.

Publicidade

Os dois políticos têm um relacionamento tenso desde 2019, quando o então presidente Trump pressionou o governo de Zelenski a investigar os negócios do filho de Joe Biden, Hunter Biden, com empresas ucranianas. A pressão de Trump fez com que ele sofresse um impeachment. O republicano foi absolvido pela Câmara.

Viagem de Zelenski

Uma vitória de Trump deve significar uma mudança na postura americana em relação ao conflito no Leste Europeu. O ex-presidente e seu companheiro de chapa, o senador J.D. Vance já se declararam contra o envio de um pacote econômico e militar para a Ucrânia. Trump repetidamente aponta que a guerra não teria começado se ele fosse o mandatário americano e já expressou admiração por Putin.

Após discursar na Assembleia-Geral da ONU na quarta-feira, Zelenski continuou nos EUA para apelar por mais apoio contra a Rússia. Ele se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com a vice-presidente americana e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, na quinta-feira, 26, para tentar conseguir permissão para disparar mísseis de fabricação americana contra alvos profundos dentro do território de Moscou.

Os EUA não deram essa permissão, mas Biden anunciou o envio de mais ajuda militar./com W.Post

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.