Em um encontro que marcou seu retorno a Washington, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta quarta-feira, 13, à Casa Branca para uma reunião com o atual presidente dos EUA, Joe Biden. A reunião começou por volta das 13h e durou cerca de duas horas. Após o encontro, o republicano deve ir para a base aérea de Andrews, em Maryland, para retornar a Palm Beach, na Flórida.
A reunião, que o próprio Trump se recusou a fazer em 2020 quando perdeu a eleição, é parte tradicional da transferência pacífica de poder, que foi garantida por Biden, e marca o início da transição entre governos.
De acordo com os repórteres presentes, Biden parabenizou Trump pela vitória e disse que espera uma transição tranquila. Trump respondeu: “O mundo político é difícil e, em muitos casos, não é um mundo muito bom, mas é um mundo bom hoje e a transição vai ser tranquila. Agradeço muito isso, Joe”.
Os jornalistas presentes tentaram perguntar a Trump e Biden sobre a Ucrânia e defesa da democracia, mas nenhuma questão foi respondida. Logo depois, a equipe de Biden pediu que a imprensa saísse do Salão Oval.
A primeira-dama Jill Biden se juntou ao presidente Joe Biden para cumprimentar o presidente eleito quando ele chegou à Casa Branca. Jill Biden entregou a Trump uma carta a sua esposa, Melania Trump, que não está em Washington.
Antes da reunião com Biden, Trump discursou para parlamentares republicanos no Congresso dos EUA. No discurso, ele explicou suas prioridades para o primeiro dia de governo potencialmente unificado, com uma maioria republicana no Senado e possivelmente na Câmara dos Deputados. Sua chegada em meio às eleições de liderança republicana no Congresso pode influenciar o resultado.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, havia afirmado na terça que os republicanos estão “prontos para entregar” a agenda “EUA em Primeiro Lugar” do novo presidente.
É um retorno impressionante à sede do governo dos EUA para o ex-presidente, que saiu há quase quatro anos como um líder enfraquecido e politicamente derrotado após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, mas que agora se prepara para voltar ao poder com uma vitória esmagadora sobre os democratas e com maioria na Cãmara e no Senado.
Após sua vitória nas eleições de 2016, Trump se encontrou com o presidente Barack Obama no Salão Oval e chamou isso de “uma grande honra”.
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Quatro anos depois, Trump contestou a derrota nas eleições de 2020 para Biden e continuou a propagar mentiras sobre uma fraude eleitoral em larga escala que não aconteceu. Ele não convidou Biden, então presidente eleito, para a Casa Branca e deixou Washington sem comparecer à posse de Biden, o que não ocorria desde que Andrew Johnson não participou da cerimônia de Ulysses S. Grant há 155 anos.
Biden insistiu que fará tudo o que puder para garantir uma transição tranquila para a próxima administração de Trump. Isso apesar de ter passado mais de um ano fazendo campanha pela reeleição e classificando Trump como uma ameaça à democracia e aos valores fundamentais do país. Biden saiu da corrida em julho e endossou a vice-presidente Kamala Harris como sua sucessora.
Após a eleição, o presidente abandonou seus alertas severos sobre Trump, dizendo em um discurso na semana passada: “O experimento americano perdura. Vamos ficar bem”.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Biden está comprometido em “garantir que essa transição seja eficaz, eficiente, e ele está fazendo isso porque é a norma, sim, mas também a coisa certa a fazer para o povo americano.”
“Queremos que isso corra bem”, acrescentou Jean-Pierre. “Queremos que seja um processo que cumpra o objetivo.”
O conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, ecoou esse sentimento, afirmando que a administração manterá a “transferência responsável de um presidente para o próximo, que está na melhor tradição do nosso país.”
A visita de quarta-feira é mais do que uma simples visita de cortesia. “Eles vão discutir as principais questões — tanto de política doméstica quanto externa — incluindo o que está acontecendo na Europa, na Ásia e no Oriente Médio”, disse Sullivan à CBS sobre o encontro de quarta-feira. “E o presidente terá a chance de explicar ao presidente Trump como ele vê as coisas... e conversar com o presidente Trump sobre como ele está pensando em lidar com essas questões quando assumir o cargo.”
Tradicionalmente, enquanto os presidentes que deixam e que assumem o cargo se encontram na Ala Oeste, a primeira-dama recebe sua sucessora no andar superior da residência — mas Melania Trump não compareceu.
Quando Trump deixou Washington em 2021, até mesmo alguns dos principais republicanos começaram a criticá-lo por seu papel em incitar o ataque ao Capitólio. Mas sua vitória nas eleições da semana passada completa um retorno político que o vê novamente como o líder incontestável do Partido Republicano.
Sua visita mais recente ocorre enquanto os republicanos, que conquistaram a maioria no Senado nas eleições da semana passada e estão prestes a manter o controle da Câmara, estão em meio às suas próprias eleições de liderança a portas fechadas nesta quarta-feira.
A chegada do presidente eleito dará mais um impulso a Johnson, que se aproximou ainda mais de Trump enquanto trabalhava para manter sua maioria — e seu próprio cargo de presidente da Câmara.
O presidente da Câmara disse que espera ver Trump repetidamente ao longo da semana, incluindo em um evento na mesma noite e na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, “todo o fim de semana.”
Não está claro se Trump também visitará o Senado, que está envolvido em uma eleição de liderança a portas fechadas mais divisiva na corrida a três para substituir o líder republicano Mitch McConnell, que está de saída.
Os aliados de Trump estão pressionando senadores republicanos a votarem em Rick Scott, da Flórida, um candidato que inicialmente era visto como improvável, desafiando dois republicanos mais experientes: John Thune, de Dakota do Sul, e John Cornyn, do Texas, pelo cargo. /AP e NYT
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