WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu ontem a proibição de dispositivos conhecidos como “bump stocks”, usados pelo assassino de Las Vegas, em 2017, que permitem que um fuzil dispare rajadas como as armas semiautomáticas.
“Assinei uma diretriz que solicita ao secretário de Justiça (Jeff Sessions) propor regulamentações para proibir todos os mecanismos que transformem armas legais em fuzis automáticos”, afirmou Trump ontem na Casa Branca.
O debate sobre o acesso a armas nos EUA voltou à tona após o assassinato de 17 pessoas em uma escola da Flórida, na semana passada. No ano passado, após o massacre de 58 pessoas durante um festival de música country em Las Vegas, a Casa Branca, políticos republicanos e até mesmo membros da Associação Nacional do Rifle (NRA) – o poderoso lobby das armas – haviam afirmado que os “bump stocks” deveriam ser submetidos a um controle maior.
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No entanto, cinco meses depois, o Congresso não avançou no tema. O dispositivo é uma espécie de coronha móvel que usa a energia do recuo da arma para estimular um movimento extremamente rápido no fuzil, cujos projéteis se recarregam no mesmo ritmo.
“Devemos superar clichês passados, debates desgastados e focar em soluções baseadas em evidências e medidas de segurança que funcionem de fato e facilitem os homens e mulheres que aplicam as leis”, disse Trump.
Sobreviventes. Muitos dos estudantes da escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, de Parkland, na Flórida, onde ocorreu o massacre da semana passada, exigiram em manifestações e entrevistas que Trump e o Congresso aumentem o controle de armas no país.
Na segunda-feira, Trump deu um pequeno passo para um possível reforço do controle de armas nos EUA ao apoiar um projeto de lei de alcance limitado para aumentar o alcance da base de dados federais para impedir que pessoas com antecedentes criminais possam comprar armas.
Ontem, o procurador especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016, acusou formalmente um advogado ligado à campanha republicana de ter mentido sobre contatos com Rick Gates, ex-assessor do presidente Trump.
Após a revelação das acusações, Van der Zwaan se declarou culpado em uma audiência. O juiz marcou a sentença para o dia 3 de abril. Segundo analistas, a acusação de Mueller é um recado para o círculo íntimo de Trump de que a investigação está chegando cada vez mais perto do presidente. / AFP
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